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"Comissão Europeia quer sabotar o acordo à esquerda"

Catarina Martins reagiu à notícia da proposta de imposição de sanções da Comissão Europeia a Portugal, afirmando que "fica cada vez mais claro, à medida que o processo das sanções se desenrola, o fanatismo e completa irresponsabilidade da Comissão Europeia".
Catarina Martins com simpatizantes e militantes do Bloco em Odemira.

Catarina Martins prestou declarações este sábado, em Odemira, sobre a notícia da proposta de sanção da Comissão Europeia, através da suspensão de 16 fundos estruturais em Portugal. "A mesma Comissão Europeia que apoiou um governo que falhou todas as metas, agora quer punir um governo que ainda não falhou nenhuma meta. De facto, o que a Comissão Europeia quer fazer é sabotar o acordo à esquerda no nosso país", acusou a coordenadora do Bloco.

"O que fica cada vez mais claro, à medida que o processo das sanções se desenrola, é o fanatismo e a completa irresponsabilidade da Comissão Europeia. O que está em cima da mesa é a suspensão de fundos às regiões e às populações mais desfavorecidas de um dos países mais desertificados da Europa. No momento em que a banca alemã e a banca europeia se estão a desmoronar, a Comissão Europeia entretém-se a propor sanções contra quem é mais frágil", afirmou Catarina.

"O governo português tem ainda margem para contestação das sanções, deve fazê-lo", prosseguiu Catarina Martins. As sanções devem ser combatidas em várias frentes, "recorrendo aos Tribunais europeus, se for necessário", "do ponto de vista político, recusando as pressões, negociando um Orçamento do Estado que mantenha a recuperação de rendimentos do trabalho e a proteção do Estado social", e também através da "mobilização popular". "Este é o tempo em que Portugal tem de dizer alto e em bom som que não aceita uma Europa das sanções, que leva a sério a democracia", sublinhou.

"Para além disso, é importante que para o nosso país se negoceie um Orçamento do Estado para 2017 que não aceite as pressões de Bruxelas e que mantenha uma trajetória de recuperação de rendimentos, até porque sabemos que a austeridade falhou, só um outro caminho pode ser possível". "Mantemos a determinação desde o primeiro dia de defender quem aqui trabalha, quem aqui quer trabalhar, quem quer encontrar emprego em Portugal e é preciso recusar as sanções e a chantagem, porque o que está em curso é uma sabotagem à nossa democracia e à nossa economia", continuou Catarina Martins.

Para terminar, Catarina lembrou que  o país irá provavelmente sofrer duplas sanções: "vai ser debatida uma multa na próxima semana, ao mesmo tempo a Comissão Europeia propõe a suspensão de fundos europeus que serão discutidos em setembro".

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