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“Começamos a pagar a dívida a quem trabalhou a vida inteira”

Marisa Matias assinalou a vitória da democracia, no dia em que os reformados com pensões inferiores a 631 euros começaram a receber a atualização extraordinária em resultado dos acordos do Bloco com o Governo. Uma “boa notícia que nos faz levantar a cabeça”, frisou em Portimão.
Eurodeputada Marisa Matias no comício de verão do Bloco de Esquerda, em Portimão. Foto Esquerda.net.
Eurodeputada Marisa Matias no comício de verão do Bloco de Esquerda, em Portimão. Foto Esquerda.net.

A eurodeputada do Bloco, Marisa Matias esteve esta quinta-feira, em Portimão, num comício de verão e começou a sua intervenção, referindo que se tratava de um dia importante para a democracia e para o país. “Hoje começou a ser paga a atualização extraordinária das pensões aos pensionistas que têm pensões inferiores a 631 euros por mês”, referiu.

Marisa Matias recordou que a atualização dos valores das pensões é um direito consagrado pela lei de bases da Segurança Social, mas que o Governo da direita e a troika congelaram este valor durante quatro anos.

“Quatro anos suspenderam-se direitos, durante quatro anos suspendeu-se a democracia, suspendeu-se a constituição, aquilo que seria um direito básico de quem trabalhou a vida inteira, em nome dos desmandos da troika”, disse.

A deputada bloquista no Parlamento europeu referiu que o ataque feito ao direito das pessoas que trabalharam a vida inteira fez com que houvesse uma mudança no país. “Há uma maioria na Assembleia da República, porque precisamente houve portugueses e portuguesas que decidiram que estava na altura de mudar e de ter uma alternativa diferente para o nosso pais” destacou.

Marisa Matias apontou ainda que “estamos muito longe de ter pensões dignas para quem trabalhou a vida inteira, estamos muito longe de fazer justiça nomeadamente no que diz respeito ao regime de reformas antecipadas”, destacando que é essencial “exigir e fazer força para que aquilo que foi prometido seja posto em pratica e para que abranja o maior número de pessoas possível”.

Regularização dos precários do Estado: “temos de saber as respostas todas”

Na sua intervenção, Marisa Matias referiu ainda a estranheza dos números apresentados pelo Governo sobre o PREVPAP (Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública).

Segundo os últimos dados, só cerca de 30 mil trabalhadores apresentaram o requerimento para regularização, apesar de haver 116 mil precários no setor público sendo que 51 mil são eligíveis para regularização.

Marisa Matias referiu que o primeiro-ministro apontou a data de 11 de agosto, para que, por imposição legal se conheça o número efetivo  dos trabalhadores precários no Estado.

“Devemos todos exigir aos dirigentes máximos que indiquem as razões pelas quais, só metade dos trabalhadores elegíveis se apresentaram para regularizar a sua situação de trabalho”, referiu.

Para a eurodeputada Marisa Matias é preciso exigir respostas “porque em democracia nós temos de saber as respostas todas e não pode ser por medo, seja de perder o emprego, seja de perder salário”.

No comício de Portimão intervieram também o deputado João Vasconcelos e Pedro Mota, candidato à Assembleia Municipal de Portimão. 

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