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“Com OE2017 há recuperação dos salários, tanto no privado como no público”

Em entrevista à Rádio Renascença, Catarina Martins afirma que com o OE2017 “há uma recuperação dos salários, tanto no privado como no público”, e que os pensionistas receberão mais 187 milhões de euros. Coordenadora bloquista classifica atitude de António Domingues de “lamentável” e defende que, para acabar definitivamente com a austeridade, é necessário reestruturar a dívida pública.
Catarina Martins
Catarina Martins no estúdio da Rádio Renascença.

Em entrevista em direto à Rádio Renascença, na manhã desta terça-feira, Catarina Martins classificou a atitude de António Domingues, Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, de “lamentável”.

“Espero que [a administração] mude de ideias, se não o Governo tem um problema grave entre mãos e não um problema criado pelo Bloco de Esquerda ou pelos partidos que o exigem: é um problema criado por este absurdo de se achar que pode gerir o maior banco português, que é um banco público, alguém que não entrega a sua declaração de rendimentos ao Tribunal Constitucional”.

A coordenadora do Bloco defendeu que o problema “se resolve bem com a administração da Caixa fazer uma coisa tão simples como entregar a declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional”, que, explicou, pode até não ser divulgada se existirem motivos fundamentos para tal.

Sobre o aumento das pensões, a coordenadora bloquista sublinha que “não foi aquilo que o Bloco defendeu”, mas que o Bloco respeita “as negociações” com o executivo liderado por António Costa.

“O Bloco de Esquerda tem 10% dos votos e com a força que tem faz o melhor que pode. As pensões são aquilo em que há maior aumento de rendimentos neste Orçamento do Estado – aliás, neste Orçamento do Estado quem paga IRS vai pagar menos impostos, menos 200 milhões de euros, portanto, por essa via há uma recuperação dos salários, tanto no privado como no público, e há este aumento extraordinário das pensões”, esclareceu.

“Com a atualização da inflação, são cerca de 187 milhões de euros a mais para os pensionistas. Não é o que nós queríamos, mas orgulhamo-nos, porque achamos que se fosse um Governo de maioria absoluta do Partido Socialista não teríamos chegado aqui.”

Aos microfones da Rádio Renascença, Catarina Martins voltou a afirmar a necessidade de Portugal reestruturar a sua dívida. “Achamos que para a austeridade acabar é mesmo preciso renegociar a dívida pública, porque a dívida pública leva os nossos recursos todos e, por muito que a gente poupe, temos sempre que nos endividar para pagar mais dívida”. Por outro lado, para ser possível criar mais emprego, “com número que não podem ser os tímidos que temos agora - têm de ser bem mais sólidos” - é necessário reestruturar a dívida, explicou.

Questionada sobre a “polémica das licenciaturas falsas”, na qual estiveram envolvidos dois assessores governamentais, Catarina Martins disse não perceber “porque é que alguém declara uma falsa licenciatura”. É uma estupidez brutal”. “Para um trabalho que exija uma licenciatura é preciso um certificado, quando não é preciso uma licenciatura dizer que se a tem é só para ser apanhado”.

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