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Cimeira do G20 termina sem acordo

A cimeira do G20, que se realizou em Seul na Coreia do Sul, terminou sem acordo sobre a guerra cambial. O único compromisso acertado foi o de que os participantes irão evitar a “desvalorização competitiva” das moedas.
Manifestação contra a cimeira do G20 - Foto de Yonhap/Epa/Lusa

A Cimeira do G20 teve lugar nos dias 10 e 11 de Novembro de 2010 em Seul. A questão central da Cimeira era a guerra cambial, nomeadamente entre os Estados Unidos e a China.

O confronto é marcado pelo papel do dólar e das restantes moedas e pelo facto de todos os países pretenderem exportar mais e importar menos, como resposta à crise.

Nos últimos meses o confronto entre os EUA e a China veio agravando-se, com os EUA a exigir que a China valorizasse a sua moeda, o yuan, e esta a reivindicar a substituição do dólar como moeda padrão. Medidas proteccionistas começaram a ser tomadas pelos dois contendores.

Dias antes da cimeira os EUA anunciaram mais um pacote de estímulo à economia norte-americana no montante de 600 mil milhões de dólares, o que provocou uma crescente crítica não só da China, mas também da Alemanha.

Em Seul, a cimeira não chegou a acordo, mas apenas a um vago compromisso de os participantes tentarem evitar a “desvalorização competitiva” das moedas.

A proposta de o dólar deixar de ser moeda de referência nas relações económicas internacionais, que é defendida pela China mas também por outros países como o Brasil, nem sequer chegou a ser discutida.

O documento final da cimeira também não acolhe a mais recente proposta dos EUA para que se criem limites tanto aos superavits como aos défices comerciais. Tanto a China como a Alemanha opõem-se à proposta dos EUA. Nesta questão, o único acordo a que o G20 chegou foi o de que no próximo semestre os países indiquem as medidas que estão a tomar para reduzir os desequilíbrios das balanças de pagamentos.

A cimeira reafirmou ainda o compromisso do G20 com a liberalização do comércio internacional e o empenhamento conjunto na tentativa de concluir em 2011 um acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC), que não têm conseguido desde 2008.

No final da cimeira o ministro das Finanças do Brasil, Guido Mantega, declarou à comunicação social:

"Absolutamente não acabou a guerra cambial, mas pelo menos ela passou a ser discutida, coisa que não era, e com isso poderemos usar instrumentos para mitigar seus efeitos".

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