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Chumbo das propostas do Bloco mostra as “duas caras do PSD e CDS face ao sistema financeiro”

A maioria chumbou as propostas para reforçar os poderes da supervisão e impedir a venda de papel comercial do grupo a que os bancos pertencem. Para Mariana Mortágua, a maioria mostrou “a cara da defesa dos interesses da finança”, depois de os ter criticado na comissão de inquérito ao BES.
Foto Paulete Matos.

“PSD e CDS mostraram ter duas caras: uma cara na Comissão de Inquérito, para fazer declarações abstratas sobre o sistema financeiro, para criticar os banqueiros, mas quando chegou a altura para fazer alguma coisa para mudar a realidade e as regras da finança”, declarou Mariana Mortágua no fim da votação do pacote para apertar as regras de controlo sobre o sistema financeiro.

“É bom que tenhamos a noção do que eram as propostas chumbadas pelo PS e CDS, com a abstenção do PS: são propostas que visam impedir que os bancos vendam papel comercial do seu próprio grupo ou de partes interessadas. Não há nada de muito radical nisto, queremos proteger e garantir que não volta a acontecer o que aconteceu aos lesados do BES”, explicou a deputada bloquista.

“Não podemos aceitar que depois de todo o percurso que fizemos na Comissão de Inquérito ao BES, a maioria entenda que a memória dos portugueses é tão curta que lhes permita chumbar propostas tão razoáveis como estas e que visam impedir de facto que o caso BES volte a acontecer neste país”, concluiu Mariana Mortágua.

Do pacote legislativo apresentado pelo Bloco, apenas um projeto de lei foi aprovado, que diz respeito ao alargamento da obrigatoriedade de registo dos acionistas dos bancos à identificação dos beneficiários últimos das entidades que participem no seu capital, ou seja, acabar na prática com a opacidade que esconde os reais acionistas das instituições financeiras.

Entre as propostas chumbadas pelo PSD e o CDS, estão as que dão mais poderes ao Banco de Portugal para retirar a ideneidade dos banqueiros ou as que reforçam a capacidade da CMVM para controlar emissões de papel comercial.

“Não podemos aceitar que depois de todo o percurso que fizemos na Comissão de Inquérito ao BES, a maioria entenda que a memória dos portugueses é tão curta que lhes permita chumbar propostas tão razoáveis como estas e que visam impedir de facto que o caso BES volte a acontecer neste país”, concluiu Mariana Mortágua.

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