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Central nuclear espanhola pode funcionar até aos 60 anos

O parecer do Conselho de Segurança Nuclear espanhol abre precedente que pode vir a ser aplicado em Almaraz. Bloco chama Augusto Santos Silva a dar explicações aos deputados.
cartaz garoña
Cartaz da manifestação pelo encerramento da central nuclear de Garoña, realizada no passado sábado.

O Conselho de Segurança Nuclear espanhol deu um parecer favorável ao prolongamento do funcionamento da central nuclear de Garoña, perto de Burgos, até aos 60 anos de vida. Esta decisão serve de precedente às outras centrais nucleares em fim de vida em Espanha, com Almaraz a seguir-se na lista das que poderão pedir essa autorização.

A construção do armazém de resíduos junto ao Tejo, que tem levantado polémica dos dois lados da fronteira, é um sinal de que a Endesa, a Fenosa e a Iberdrola, as proprietárias da central, pretendem prolongar o seu funcionamento apesar dos riscos de segurança para as populações e o meio ambiente, nos dois países. A licença atual de exploração caduca em 2020, ao fim de 40 anos de funciomamento. Também as centrais nucleares espanholas de Cofrentes, Trillo, Ascó e Vandellós devem solicitar esse prolongamento da licença.

O caso de Almaraz já atingiu proporções de incidente diplomático entre Portugal e Espanha e por essa razão a bancada do Bloco de Esquerda vai chamar o ministro dos Negócios Estrangeiros a dar explicações aos deputados.

Para o deputado Pedro Soares, a luz verde dada pelo Conselho de Segurança Nuclear ao prolongamento da vida de Garoña veio confirmar “todos os receios” das populações sobre a real intenção da anunciada construção do armazém de resíduos junto a Almaraz.

“A situação é evidentemente grave, como ficou mais uma vez demonstrado hoje com a explosão na central de Flamanville, em França. Se um acidente deste tipo ocorrer em Almaraz, o sistema alternativo de arrefecimento não dá garantias de resposta”, afirmou Pedro Soares ao Público.

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