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Centrais sindicais apoiam greve de mulheres em Espanha
Em Espanha, a Comissão do 8 de Março apela a uma greve de mulheres ao trabalho, aos cuidados com os filhos, às tarefas domésticas e ao consumo. Este ano, e pela primeira vez, as centrais sindicais e alguns partidos políticos irão apoiar a iniciativa. A paralisação insere-se num movimento internacional que procura conseguir a adesão à greve em 177 países.
Em Portugal, a realização da habitual manifestação a 8 de março está garantida. Contactada pelo Diário de Notícias, Adriana Lopera, da Rede 8 de Março, declara que “mesmo que não haja uma paralisação laboral apoiada pelos sindicatos, temos sempre a possibilidade de apelar à greve das mulheres ao cuidar dos filhos ou ao trabalho doméstico, como também está a ser feito em Espanha. Ou seja, deixar de levar os filhos à escola, de lavar a louça, fazer as camas, não fazer refeições para a família e não consumir ou comprar nada nesse dia". Em relação a um eventual apoio a uma greve laboral de mulheres, explica que “estamos a tentar falar com os sindicatos para que apoiem a greve das mulheres mas ainda não tivemos respostas”.
¡Que el ritmo no pare! #PerreaHaciaLaHuelga
Os presentamos la canción para pararlo todo el 8M ¡Porque sin nosotras no se mueve el mundo!
Aquí la canción y el vídeo enteros: https://t.co/EbajDDRET1
¡Baila, comparte y difunde! pic.twitter.com/5eA3TyVhjv— Madrid 8 de Marzo (@FeminismosMad) February 15, 2018
A inclusão das tarefas domésticas e de cuidados com os filhos na iniciativa em Espanha deve-se ao facto de as mulheres dedicarem o dobro das horas a esse trabalho não pago, alcançando a média de 26, horas semanais. “A central sindical espanhola CGT vai convocar uma greve laboral de 24 horas mas generalizada. A maior, que é a UGT, vai fazer um pré-aviso para duas horas de paralisação. Mas é uma convocatória que esperamos que aconteça em 177 países", adiantou Adriana Lopera Orta.
Para além da manifestação convocada para o dia Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, a CGTP-Intersindical também irá marcar a data. “Vamos realizar a Semana da Igualdade de 7 a 9 de março com greves setoriais em setores como o têxtil, o comércio, etc. E serão paralisações em todo o país, nos 18 distritos e nas ilhas, e que incluirão os trabalhadores homens", afirmou Fátima Messias, coordenadora da Comissão da Igualdade da CGTP. Não estando a colaborar com a organização de uma greve de mulheres, a CGTP afirma concordar com “todas as iniciativas que dêem visibilidade à causa”.
De igual forma, o Bloco de Esquerda presta a sua solidariedade com as ações. Em declarações ao Diário de Notícias, Sandra Cunha salienta que “sabemos que em Portugal seria complicado conseguir o apoio das centrais sindicais para uma greve de um dia inteiro, afinal, o país está ainda em recuperação económica", afirma a deputada. "Há desigualdade laboral, no acesso ao emprego, nos órgãos de liderança e tomada de decisão. Mas aderir a uma greve laboral implica perda de remuneração".
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