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Centenas protestam contra fecho dos CTT em Riba d’Ave

A vigília de protesto juntou utentes e autarcas das freguesias afetadas. O deputado bloquista Pedro Soares defendeu que o interesse público deve prevalecer sobre os “interesses egoístas” da administração dos CTT.
Pedro Soares na vigília de protesto contra o encerramnto da estação dos CTT em Riba d'Ave. Foto esquerda.net

A vigília de protesto contra a intenção anunciada pela administração dos CTT de encerrar a estação de correios nesta vila do concelho de Famalicão juntou centenas de pessoas, incluindo os presidentes de Junta de Riba de Ave, Pedome, Oliveira de Sta Maria, Delães e Oliveira de S. Mateus, todas afetadas pelo fecho.

O deputado bloquista Pedro Soares prestou solidariedade com esta luta contra o encerramento que pode afetar cerca de 20 mil pessoas e prejudicar a economia local. “Não há qualquer justificação para o encerramento, a não ser os interesses egoístas dos acionistas dos CTT privatizados que estão focados no negócio bancário”, afirmou Pedro Soares, exigindo o cumprimento do serviço postal de acordo com o interesse público e o resgate dos CTT para a esfera pública.

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"O movimento que gera o posto aqui, neste local, é motor da economia daqui, traz gente, movimenta dinheiro, comércio, é de extrema importância para a economia local. O fecho ou a saída dos CTT daqui compromete a economia local e isso tem de ser tido em conta", afirmou à agência Lusa Susana Pereira, a presidente da Junta de Freguesia de Riba d’Ave. A autarca sublinhou ainda que “este é um balcão que, ao que sei, dá lucro, tem movimento e podia ainda ter mais se houvesse investimento por parte dos próprios CTT”.

Entre os manifestantes contavam-se muitos reformados e pensionistas preocupados com o futuro. "É por aqui que recebemos a nossa reforma. Se tivermos de fazer nove quilómetros para a ir buscar a outro sítio, o que vamos gastar em táxi, porque não há transporte público, vai-nos comer a reforma toda", afirmou à Lusa Suzete Carmo, com 79 anos.

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Também os empresários da vila alertaram para o efeito negativo sobre a economia local. Entre eles esteve António Cunha, dono de uma empresa têxtil: "Temos aqui os nossos apartados, pagamos por eles, precisamos deles. Despachamos muita mercadoria por aqui, podíamos despachar mais se os CTT nos dessem esse serviço. Termos de fazer mais nove quilómetros até ao posto mais próximo só nos ia aumentar custos e fazer perder dinheiro”, afirmou.

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