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Centenas de pessoas na 1ª Marcha do Orgulho LGBTI no Funchal
"Esta é a primeira marcha e o primeiro arraial assumidamente LGBTI e para o ano vamos estar cá novamente com uma iniciativa do género, para que este trabalho seja contínuo", afirmou Emanuel Caires, do núcleo regional da Rede Ex Aequo, à agência Lusa.
Na tarde de sábado, centenas de pessoas desfilaram em festa pelas ruas do centro do Funchal em defesa dos direitos da comunidade Lésbica, Gay, Bissexual, Transsexual e Intersexo. A forte presença de jovens e a participação de alguns turistas animaram o cortejo, com muitas bandeiras arco-íris e palavras de ordem como "Nem menos, nem mais, direitos iguais" e "Sim, sim, sim, somos assim".
"O nosso grande objetivo é trazer estas pessoas para a visibilidade e também trazer esta discussão para o espaço público, porque no espaço público podemos certamente discutir estes assuntos de uma forma séria, rigorosa, sem preconceitos e discriminações", acrescentou Emanuel Caires antes do início do arraial que tem lugar Jardim Municipal.
A existência de pressões "sociais, laborais e culturais" que, depois, resultam "invisibilidade" e no "isolamento" das pessoas são problemas comuns à comunidade LGBTI na Madeira que a rede Ex-Aequo procura combater através do projeto de Educação LGBTI, “onde temos denúncias sobre factos que acontecem na Madeira, onde jovens LGBTI em ambiente escolar são vítimas de discriminação homofóbica, bifóbica e transfóbica", afirmou o ativista.
O primeiro “Funchal Pride” contou com o apoio da Câmara Municipal e a participação da Associação Abraço, a APF - Associação para o Planeamento da Família, a Fundação Portuguesa "A Comunidade Contra a Sida" e o grupo Mad le's Femme. Na marcha participaram ainda elementos da UMAR - União Alternativa de Mulheres e Resposta, da Opus Gay e do NAIF - Núcleo da Amnistia Internacional do Funchal. O deputado do Bloco Roberto Almada também esteve presente nesta data histórica para o movimento LGBTI madeirense.
O projeto europeu INTIMATE, coordenado pela investigadora do CES/UC Ana Cristina Santos também apoiou esta iniciativa, disse ao Diário de Notícias da Madeira que também nesta Região Autónoma “a diversidade sexual e/ou de género foi remetida, durante demasiado tempo, para a esfera privada, para o boato sussurrado, para o silêncio entre quatro paredes que apenas serve os propósitos de quem oprime”. Ana Cristina Santos apresentou o projeto de investigação esta sexta-feira no Espaço Paulo Martins, no Funchal, onde defendeu que “enquanto houver discriminação de forma diária e pública, a denúncia dessa discriminação não pode deixar de ser diária e pública”.
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