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Centenas de feridos em protestos no Egito
A uma semana das primeiras eleições parlamentares pós-Mubarak, a popularidade dos militares que tomaram o poder com promessas de abertura democrática está agora no ponto mais baixo. A proposta agora conhecida indignou muitos dos que participaram na revolta do Cairo há nove meses: em vez de saírem da ribalta política, como haviam então prometido, os militares propuseram algumas linhas de orientação constitucional que lhes dá poderes de intervenção sobre a política no Egito, ao mesmo tempo que se excluem do controlo e fiscalização por parte do poder civil.
O volte-face dos militares segue-se ao quebrar da promessa de entregar o poder aos civis no mês de setembro, adiando essa passagem para depois da aprovação duma Constituição e das eleições presidenciais previstas para lá de 2013. A liderança da revolta coube à Irmandade Muçulmana, que na sexta-feira encheu a praça Tahrir numa das maiores manifestações desde a primavera, integrada também por outros setores políticos egípcios.
Face à dimensão da oposição, os militares tentaram ainda recuar no sábado, dizendo que a proposta de tutela sobre o poder civil não seria vinculativa e que os militares, tal como os outros órgãos do Estado se submeteriam ao poder eleito. "O presidente da república é o comandante supremo das forças armadas e o ministro da defesa é o comandante geral", diz a proposta entretanto revista.
Mas a recusa dos militares em ceder o poder após as eleições parlamentares não é aceite por boa parte da população, como o demonstraram os protestos que no sábado se registaram também fora do Cairo. Em Alexandria, os ativistas falam em três mortos e centenas de feridos. Relatos não confirmados falavam de dois mortos no Cairo durante a batalha que opôs manifestantes e polícias armados com balas de borracha e gás lacrimogéneo.
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