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Catarina saúda convergência para aumento de escalões no IRS

Na visita ao Festival Islâmico de Mértola, a coordenadora do Bloco diz que é necessário encontrar um entendimento para o Orçamento de 2018 que se aproxime dos acordos à esquerda, em vez do Programa de Estabilidade entregue pelo governo a Bruxelas.
Foto Paulete Matos/Arquivo esquerda.net

Questionada pelos jornalistas sobre as negociações do próximo Orçamento do Estado em matéria do imposto sobre o trabalho, Catarina Martins afirmou que hoje existe uma “convergência sobre a necessidade de aumentar o número de escalões do IRS para se fazer um pouco mais de justiça à generalidade das famílias em Portugal, que com salários relativamente baixos já pagam tantos impostos. É um caminho importante e temos muito por fazer”.

“Quando foi apresentado o Programa de Estabilidade, o governo não falava no aumento dos escalões. Neste momento percebe-se que haja uma convergência e registo as palavras do primeiro-ministro sobre isso: é preciso aumentar o número de escalões. Faz-se trabalho”, prosseguiu a coordenadora do Bloco.

“É bom ter mais escalões, mas estamos mais preocupados com os rendimentos mais baixos do que com os rendimentos mais altos. Quanto à riqueza que não é do trabalho e que é tributada em sede IRS, o Bloco tem apresentado iniciativas, como a do englobamento para que as mais valias tenham uma tributação mais alta do que têm tido até agora. Nos salários, o mais relevante é [criar] mais escalões na metade de baixo do IRS, onde estão mais de 50% das famílias portuguesas”, defendeu Catarina Martins, reconhecendo que na negociação em curso com o governo “há muito mais matérias do que os escalões, quando falamos da coleta fiscal num país que tributa demais os rendimentos do trabalho e pede muito pouco esforço a outros tipos de riqueza que são de quem mais tem”.

Catarina Martins no Festival Islâmico de Mértola.
O arqueólogo Cláudio Torres acompanhou a coordenadora do Bloco durante a visita. Foto esquerda.net

Catarina resumiu também outras matérias em cima da mesa de negociações: “É necessário recuperar salários e pensões tanto no público como no privado, estamos preocupados com o Orçamento para o Estado Social - não apenas na Saúde mas também na cultura e na ciência - continuamos a pagar demais pela energia e continuamos a ter setores que não pagam a contribuição que devem pagar para o orçamento”.

Para a coordenadora bloquista, “era importante encontrar um entendimento de base diferente do Programa de Estabilidade e mais próximo dos acordos que assinámos em novembro de 2015. Já estamos um pouco mais próximos desse trabalho mas ainda temos um longo caminho para fazer”.

“Mértola mostra a importância do desenvolvimento científico e cultural para a economia”

Catarina Martins no Festival Islâmico de Mértola.
Catarina Martins no Festival Islâmico de Mértola. Foto esquerda.net

Na visita feita esta sexta-feira ao Festival Islâmico de Mértola, Catarina Martins destacou “dois sinais importantes” que a vila de Mértola está a dar para Portugal e para a Europa. "Primeiro, porque nos fala das nossas origens múltiplas. Numa Europa que se tende a fechar e onde cresce a xenofobia e a ignorância, é muito bom nós sabermos que somos feitos da multiplicidade de culturas de que o Mediterrâneo se faz”. E por outro lado, “estamos numa localidade de Portugal que mostra a importância do desenvolvimento científico e cultural para a economia. O que seria de Mértola sem a arqueologia, sem o conhecimento científico que aqui se produz, se não fosse o pólo cultural em que a cultura é central na vida das pessoas?”, questionou.

“Num momento em que falamos de crescimento económico, não esquecemos que esse crescimento tem de ser ancorado no melhor que podemos ter: ciência e cultura”, concluiu Catarina Martins.

 

 

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