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Candidatos a bolsas de investigação protestam contra atrasos em concurso

Associação de Bolseiros de Investigação Científica agenda manifestação para 23 de novembro face a adiamento, até fevereiro de 2017, dos resultados do concurso das bolsas de doutoramento e pós-doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Foto do Grupo Web da ABIC.

Em comunicado, a Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) dá conta dos atrasos previstos no Concurso Individual de Bolsas Doutoramento e Pós-Doutoramento 2016.

“Depois de vários bolseiros terem mostrado preocupação sobre a data de reunião dos painéis de avaliação do Concurso de Bolsas Individuais de 2016, a ABIC contactou a FCT. Infelizmente, a FCT confirmou que a previsão de saída dos resultados aponta agora para fevereiro”, lê-se no documento.

A ABIC “lamenta que não seja cumprido, mais uma vez, o período de 90 dias úteis indicado no regulamento para o conhecimento dos resultados (nº 1 do artigo 18)” e informa que “vai pedir uma reunião com a FCT para obter mais esclarecimentos” e que “será também marcada uma iniciativa para o dia 23 de novembro”.

Em declarações à agência Lusa, Sandra Pereira, membro da direção da ABIC, assinalou que a manifestação decorrerá à porta das instalações da FCT, no dia em que terminava o prazo para a publicação dos resultados.

A FCT confirmou entretanto à Lusa, em resposta a um pedido de esclarecimento, que a data para a divulgação dos resultados foi prorrogada até 28 de fevereiro, dando como justificação para o adiamento o "volume de candidaturas" e a "complexidade do processo" de avaliação das mesmas.

A Fundação esclareceu ainda que as bolsas, a atribuir, serão pagas retroativamente somente nos casos em que os planos de trabalho, previamente definidos pelos candidatos, se iniciavam entre 1 de outubro e a divulgação dos resultados do concurso.

"O atraso e a falta de comunicação do mesmo, por parte da FCT, inaceitáveis"

Vera Nunes, candidata a um destes apoios financeiros, assinalou, num email enviado à Lusa, que "o atraso e a falta de comunicação do mesmo, por parte da FCT, inaceitáveis".

"Para muitos candidatos com a vida em suspenso, desempregados e à espera de saber se contam com a bolsa, que lhes exige total exclusividade para tomar decisões sobre as suas vidas, esta espera alargada é incompreensível, e é urgente questionar a FCT sobre a sua gestão e as razões para tamanho atraso", destacou.

O concurso em causa prevê a atribuição de 800 bolsas de doutoramento e 400 de pós-doutoramento, quase o dobro de bolsas de doutoramento face a 2015, e menos 180 bolsas de pós-doutoramento do que no ano passado.

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