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Cancelada greve na CP

A greve marcada para a próxima segunda-feira, 19 de fevereiro, foi desconvocada, após um acordo assinado entre os sindicatos e a administração da empresa. Segundo os sindicatos, o acordo “introduz ganhos para os trabalhadores, corrige alguns dos desequilíbrios e abre a negociação daquilo que se queria dar como facto consumado".
Greve na CP nesta segunda-feira, 19 de fevereiro - Foto de Paulete Matos
Greve na CP nesta segunda-feira, 19 de fevereiro - Foto de Paulete Matos

“A CP – Comboios de Portugal informa que, na sequência das negociações, desenvolvidas nos últimos dias e concluídas pelas 18h de hoje, entre a administração da empresa e as organizações sindicais, foi desconvocada a greve prevista para o próximo dia 19 de fevereiro de 2018”, anunciou a empresa em comunicado divulgado neste sábado ao final da tarde. A empresa diz que assim passa a prever a normal circulação de comboios nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro.

Segundo a agência Lusa, a administração da CP congratula-se com “a colaboração e capacidade de diálogo das organizações representativas dos trabalhadores, que permitiram encontrar os consensos necessários para evitar esta greve”.

A greve era convocada por 4 associações sindicais: SNTSF (sindicato nacional dos trabalhadores do sector ferroviário), SFRCI (sindicato ferroviário da revisão comercial itinerante), SINFA (sindicato nacional de ferroviários e afins) e ASSIFECO (associação sindical independente dos ferroviários da carreira comercial).

Acordo “introduz ganhos para os trabalhadores”

Trabalhadores da CP paralisam a 19 de fevereiro
Trabalhadores da CP paralisam a 19 de fevereiro

Segundo os sindicatos que convocaram a greve, o acordo garante a todos os trabalhadores que recebem um aumento não inferior a 25 euros, “com efeitos a 1 de janeiro de 2018”, mesmo aos filiados nos sindicatos que não assinaram o acordo de dezembro de 2017. "Este aumento terá com valorização direta nos subsídios de escala e turno, horas noturnas, trabalho em dia de descanso/feriado e outras remunerações", realçam os sindicatos.

Na convocação da luta reivindicava-se a “diminuição das desigualdades salariais, aumentadas com a última proposta de regulamento de carreiras apresentada e implementada pela administração da empresa” e criticava-se “uma tabela em que o índice 100 é de 555,81 euros, abaixo do valor do salário mínimo nacional, que é de 580 euros”, proposta aos “trabalhadores com baixo salários”.

O acordo assinado neste sábado garante também a manutenção em vigor de "todo o conteúdo funcional para a Carreira Comercial, nos termos do consignado no Regulamento de Carreiras de 1999".

Além disso, a partir da primeira semana de abril, sindicatos e empresa iniciam um "processo de revisão" do acordo de empresa e do regulamento de carreiras, que terá efeitos a 1 de outubro. Os sindicatos consideram que este processo de revisão cria uma "nova fase de implementação para corrigir e melhorar a atual situação e assim encontrar soluções de valorização das remunerações mais baixas", como assistentes comerciais, operadores de venda e controlo e operadores de revisão e venda, entre outros.

No acordo assinado, os sindicatos e a CP "manifestam a sua recíproca vontade e empenho em continuar a remeter para a contratação colectiva a resolução de problemas de fundo, nomeadamente sobre conteúdos funcionais e enquadramentos remuneratórios".

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