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Caetano Veloso impedido de atuar em acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto

Caetano assinala que é a primeira vez que é “impedido de cantar no período democrático”. O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, lamenta que a justiça, em vez de se preocupar com prender “a quadrilha que está no poder no Brasil”, se preocupe “em querer cancelar uma iniciativa de solidariedade com a ocupação sem teto”.
Ocupação Povo Sem Medo de São Bernardo do Campo. Com a presença de Caetano Veloso, Sônia Braga, Criolo, Alinne Moraes, Emicida e Leticia Sabatella. Foto: Midia NINJA

O autarca de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), embargou o espetáculo de Caetano Veloso no acampamento Povo Sem Medo, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), agendado para as 19h da passada segunda-feira, dia 30 de outubro.

A juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo, definiu uma multa de 500 mil reais caso a iniciativa tivesse lugar, sendo “deferida ordem policial, se necessário”.

“Ilegal é esse terreno ter ficado 40 anos abandonado e dever 500 mil reais de Imposto” 

“É lamentável! É lamentável que a Justiça brasileira, em vez de se preocupar com outras coisas, fundamentalmente com apanhar a quadrilha que está no poder no Brasil, essa justiça se preocupe em querer cancelar o show de solidariedade com a ocupação sem teto”, afirmou o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

“É lamentável que o Ministério Público tenha essa mentalidade preconceituosa, que o poder judicial tenha essa mentalidade preconceituosa e que a autarquia de São Bernardo, que ajudou a orquestrar isso tudo, insista em apostar no conflito”, acrescentou.

Lembrando que a Procuradoria justificou o cancelamento do espetáculo com o argumento de que se tratava de uma ocupação ilegal, Boulos realçou que “ilegal é esse terreno ter ficado 40 anos abandonado e dever 500 mil reais de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial (IPTU)”.

"É a primeira vez que sou impedido de cantar no período democrático”

“Viemos aqui para cantar em ação de solidariedade ao movimento que vocês levam […] evitaram que isso acontecesse. Mas estamos juntos”, afirmou Caetano Veloso, que esteve presente na iniciativa, apesar de não cantar.

“É preciso cantar porque há muitas dificuldades. Não sei se foi censura, não sou um técnico em questões legais, mas é a primeira vez que me impedem de cantar desde a redemocratização. A impressão é de que não se trata de um ambiente propriamente democrático. Acho que é má vontade deles (autarquia e poder judicial)”, afirmou.

A iniciativa contou ainda com a presença de Sônia Braga, Criolo, Alinne Moraes, Emicida e Leticia Sabatella.

 

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