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Bombeiros protestam contra novo estatuto proposto pelo Governo

Os bombeiros sapadores e municipais manifestaram-se, nesta segunda-feira em Lisboa, contra o estatuto que prevê redução do salário dos novos bombeiros e aumento da idade da reforma. Os sindicatos marcaram uma greve de 15 dias a partir de 19 de dezembro.
Os bombeiros sapadores e municipais protestaram contra as propostas do Governo, que incluem baixa do salário dos novos bombeiros e aumento da idade da reforma - Foto de Manuiel de Almeida/Lusa
Os bombeiros sapadores e municipais protestaram contra as propostas do Governo, que incluem baixa do salário dos novos bombeiros e aumento da idade da reforma - Foto de Manuiel de Almeida/Lusa

Centenas de bombeiros concentraram-se na Praça de Comércio às 14h30 e depois desfilaram para a praça do Município, para entregar uma carta ao presidente da Câmara de Lisboa. O protesto foi convocado pelos sindicatos dos trabalhadores da Administração Local (STAL) e do Município de Lisboa (STML), a que se juntaram a associação nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP) e o sindicato nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP).

Estas organizações convocaram uma greve de 15 dias dos bombeiros profissionais, de 19 de dezembro a 2 de janeiro, que "será a primeira de muitas se o Governo não recuar”, afirmou à agência Lusa António Pascoal, dirigente dos sapadores de Lisboa no STML.

O Governo aprovou recentemente dois decretos-lei que regulamentam o novo estatuto de bombeiros profissionais e o respetivo regime de aposentação, e aprovou-os sem ter ouvido os representantes dos bombeiros. A proposta do Governo cria ainda uma carreira unificada para os bombeiros municipais e sapadores e integra os operacionais da força especial de Bombeiros e os trabalhadores do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas que desempenham a função de sapador florestal.

Os sindicatos criticam o projeto de revisão de carreiras, que, segundo eles, restringe as categorias dentro da carreira, dificultando a promoção e a valorização remuneratória. Apontam também que no início da carreira é previsto um salário inferior ao salário mínimo nacional e que são desvalorizados os salários da atual carreira de sapador em mais de 200 euros mensais. Criticam ainda a proposta do governo por prever o aumento da idade de reforma dos bombeiros profissionais.

À Lusa, o presidente da ANBP, Fernando Curto, disse que a diminuição do número de postos nas carreiras, os índices remuneratórios e a aposentação são as principais contestações dos profissionais. Segundo Fernando Curto, os bombeiros querem que, ao contrário do que o Governo pretende, se mantenham sete postos nas carreiras e não sejam reduzidos para quatro e que os salários dos novos bombeiros não diminuam para 600 euros, menos 300 que atualmente.

“Uma profissão de alto risco não pode ganhar o ordenado mínimo nacional”, afirmou Fernando Curto, criticando também o novo regime de aposentação que prevê o aumento da idade de reforma.

A deputada Sandra Cunha também esteve nesta manifestação para manifestar a solidariedade do Bloco de Esquerda com as reivindicações dos bombeiros e criticar o governo por estar a "nivelar por baixo" os salários e direitos destes profissionais.

 

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