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Bloquistas querem língua gestual portuguesa para alunos não surdos

Propostas do Bloco preveem ainda a criação de um “grupo de recrutamento de professores de língua gestual portuguesa”.
Visita guiada ao Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, foi feita em duas línguas - a portuguesa e a gestual portuguesa.

“Nós, Bloco, fomos convidados há já algum tempo pela Laredo para virmos conhecer o trabalho que esta Associação Cultural faz e esta visita enquadra-se no trabalho que temos feito com a comunidade surda e sobre como é que tornamos presente a língua gestual portuguesa - uma das três línguas que Portugal tem”, afirmou Catarina Martins no final de uma visita guiada ao Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto, que foi feita em duas línguas - a portuguesa e a gestual portuguesa.

“Com o debate na Assembleia da República, com os projetos que apresentamos, com o que está neste momento a ser trabalhado, temos toda a expectativa que avancem duas coisas que são muito importantes para esta comunidade: uma é que as escolas de referência [onde há alunos surdos] ensinem a língua gestual portuguesa também às crianças ouvintes, ou seja, que numa turma em que há crianças ouvintes e não ouvintes não aprendam só as não ouvintes”, assinalou a coordenadora do Bloco, citada pelo jornal Público.

A outra proposta bloquista diz respeito à criação de um “grupo de recrutamento de professores de língua gestual portuguesa”.

“Os professores de língua gestual portuguesa não têm grupo até agora, não têm nenhuma possibilidade de vinculação e, portanto, vivem numa situação de híper-precariedade que não permite depois desenvolver os projetos educativos nas escolas de uma forma continua e evolutiva”, referiu a deputada, sublinhando que “naturalizar a presença da língua gestual portuguesa na cultura e na educação como as duas formas que nós teremos para uma cidadania plena da comunidade surda.”

A coordenadora bloquista afirmou ainda que as propostas apresentadas pelo Bloco estão a ter acolhimento na Assembleia da República: “Temos toda a expectativa que no próximo ano letivo haja duas novidades: a primeira é que nas escolas de referência as crianças ouvintes possam também aprender a língua gestual portuguesa, a segunda é que os professores de língua gestual portuguesa tenham um grupo de recrutamento”.

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