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Bloco quer apurar presença de Paulo Portas no Saara ocupado

A imprensa marroquina noticiou a presença do ministro português num fórum realizado na cidade sarauí de Dakhla, por iniciativa da potência ocupante.
Imprensa marroquina noticiou a presença de Paulo Portas num Fórum realizado na cidade saharaui ocupada de Dakhla. Foto Paulo Cunha/Lusa

Segundo a noticia divulgada pela agencia marroquina MAP, Paulo Portas foi um dos convidados que marcou presença no Fórum Crans Montana, realizado sob o alto patrocínio do rei de Marrocos numa cidade ocupada pelas suas tropas. A iniciativa foi criticada pela resistência sarauí e o responsável pelas relações internacionais da Frente Polisário considerou-a uma "violação do direito internacional", em vésperas do tema regressar à mesa de negociações das Nações Unidas.

"A possível presença do Vice-Primeiro Ministro numa iniciativa com este intuito, realizada num território ocupado onde os direitos do povo sarauí são brutalmente reprimidos, levanta legítimas preocupações não só ao Bloco de Esquerda mas também a muitas organizações de defesa dos Direitos Humanos e do povo sarauí", diz o requerimento entregue esta semana pelo Bloco de Esquerda a pedir explicações a Paulo Portas.

"A confirmar-se, esta presença só poderá ser entendida como um ato de cumplicidade para com o regime de Marrocos. Caso contrário, importa esclarecer por que razão o Governo Português não desmentiu as notícias publicadas em vários jornais internacionais", conclui a deputada bloquista Helena Pinto.

"A confirmar-se, esta presença só poderá ser entendida como um ato de cumplicidade para com o regime de Marrocos. Caso contrário, importa esclarecer por que razão o Governo Português não desmentiu as notícias publicadas em vários jornais internacionais", conclui a deputada bloquista Helena Pinto. Segundo a Associação de Amizade Portugal - Sahara Ocidental conseguiu apurar, Paulo Portas acabou por não comparecer no Fórum, pelo que a notícia da agência marroquina será uma das habituais peças de propaganda do regime. No entanto, na lista de participantes consta o nome de João Carvalho, apontado como assessor da Presidência do Conselho de Ministros, acrescenta a Associação.

Para além da resistência sarauí, também a Argélia se insurgiu contra a iniciativa e fez esforços diplomáticos para que alguns dos convidados não estivessem presentes neste fórum. A União Africana chegou a apelar ao cancelamento da iniciativa e o secretário-geral da ONU enviou um comunicado a esclarecer que o antigo ministro francês Duste-Blazy, atual conselheiro de Ban Ki-Moon e presente no encontro, não o fazia em sua representação.

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