Está aqui

Bloco lamenta “obediência de Passos Coelho a Merkel”

Passos Coelho mostrou que está mais próximo de ser embaixador da senhora Merkel do que propriamente um governante para responder às dificuldades em Portugal, acusa Francisco Louçã.
“A cimeira prolongou o impasse e demonstrou a teimosia dos líderes europeus em persistirem num caminho para o qual não há saída”, disse Louçã. Foto de Paulete Matos

Francisco Louçã criticou a opção do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho de mais uma vez se ter oposto à emissão de eurobonds, como resposta da Europa à especulação financeira.

“É muito significativo para Portugal que Passos Coelho esteja mais preocupado com a obediência à senhora Merkel do que com as respostas às dificuldades provocadas pela crise económica e pela recessão em Portugal”, disse o coordenador do Bloco.

A questão dos eurobonds foi a principal divergência surgida na reunião informal de chefes de Estado e de Governo da União Europeia desta quarta-feira em Bruxelas. Enquanto o presidente francês defendia a sua emissão como forma de estimular o crescimento, a chanceler alemã opunha-se frontalmente.

“Eu defendi o que tenho defendido em público”, disse Passos Coelho numa conferência de imprensa na madrugada desta quinta-feira. “Creio que os 'eurobonds' não são uma resposta para a situação atual”, considerando que “não se apresenta hoje como uma solução” para os problemas com que a Europa, e em particular a zona euro, se confrontam.

A opinião de Louçã foi oposta: “A cimeira de ontem prolongou o impasse europeu, uma situação cada vez mais grave, e demonstrou a teimosia dos líderes europeus em persistirem num caminho para o qual não há saída.”

O deputado bloquista apontou para os dados da execução orçamental para mostrar como se vai agravando a situação financeira, orçamental e a vida das pessoas. “Ao recusar a resposta da Europa toda contra a especulação financeira, para financiar o crescimento do emprego e a resposta às dificuldades, Passos Coelho mostrou que está mais próximo de ser embaixador da senhora Merkel do que propriamente um governante para responder às dificuldades em Portugal”, acusou.

Louçã lamentou ainda “que o PS tenha aceitado retirar da sua própria proposta esta ideia, tenha abdicado dela e tenha desistido dela. Nós não desistimos de uma luta pela Europa, não desistimos de fazer frente à senhora Merkel, não desistimos do combate à recessão, não desistimos da ideia de que a Europa junta tem de parar agora a especulação que está a atingir a Grécia e também Portugal”, concluiu.

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Política
Comentários (1)