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Bloco acusa Lactogal de discriminar trabalhadoras grávidas

A empresa Lactogal de Oliveira de Azeméis é acusada pelos trabalhadores de sujeitar funcionárias grávidas a trabalhos fisicamente exigentes, na tentativa de as forçar a abandonarem o emprego.

Em comunicado, o Bloco de Esquerda diz-se preocupado com as funcionárias do departamento de logística, indicando que "ao contrário do que deveria acontecer, estas trabalhadoras não são recolocadas em funções menos exigentes fisicamente e, ainda que grávidas, continuam a ter que carregar manualmente caixotes com cerca de 12 quilos de peso, o que demonstra um total desrespeito para com os direitos da trabalhadora grávida e pode ter consequências na sua saúde".

O deputado Moisés Ferreira já questionou o Governo sobre o assunto, exigindo "averiguação por parte das autoridades competentes, no sentido de garantir que estas práticas não prefiguram assédio moral com o objetivo de controlar decisões individuais quanto à parentalidade e fazer com que as trabalhadoras grávidas abandonem o emprego".

O comunicado do Bloco de Esquerda surge dias depois de o mesmo departamento de Logística da Lactogal ter realizado uma greve de 24 horas contra “a pressão psicológica, [a] discriminação salarial e [a] falta de respeito” demonstradas pelas chefias perante as funções fisicamente desgastantes do pessoal afeto a esse serviço.

A greve incluiu uma concentração de trabalhadores à entrada da empresa, cuja administração rejeitou as acusações, realçando que proporciona aos referidos funcionários “pacotes de medidas sociais e de benefícios para além do legalmente exigível”.

A Coordenadora Distrital de Aveiro do Bloco de Esquerda defende, contudo, que a Lactogal exige "ritmos de trabalho cada vez maiores", pelo que na empresa "existem já vários casos de doenças profissionais, assim como diversos trabalhadores que, para conseguirem desempenhar as suas tarefas, usam pulsos e cintas elásticas".

"Os que não aguentam esta situação são colocados de parte e pressionados para se despedirem, o que acontece em vários casos e configura uma situação de assédio moral", realça o comunicado.

Contactada pela Lusa, a administração da Lactogal diz adotar uma "política de escrupuloso cumprimento de todas as normas laborais em vigor, assegurando todos os direitos dos seus trabalhadores, em todas as situações".

A Lactogal detém as marcas Adagio, Agros, Castelinhos, Castelões, Fresky, Gresso, Matinal, Milhafre, Mimosa, Pleno, Primor, Serra da Penha, Serra Dourada e Vigor.

Segundo o site da empresa, o Grupo Lactogal é formado pelas empresas portuguesas Lactogal Produtos Alimentares, Lacticínios Vigor e Etanor Penha, e também pela firma espanhola Leche Celta.

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