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BES: “Burlões em liberdade, lesados vítimas do sistema”

Protesto dos lesados do papel comercial do GES durou cinco horas e teve alguns confrontos e escaramuças com a polícia de choque; manifestantes tentaram retirar do caminho as grades que cercavam a sede do Novo Banco, na Av. da Liberdade, em Lisboa.
Manifestação durou cinco horas. Foto de Rita Gorgulho
Manifestação durou cinco horas. Foto de Rita Gorgulho

Os lesados do BES terminaram hoje cerca das 16:00 uma manifestação de cinco horas junto à sede do Novo Banco, na avenida da Liberdade, em Lisboa, onde foram recebidos por dezenas de polícias e gradeamento antimotim.

O vice-presidente da Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), Alberto Neves criticou o aparato polícial deslocado para os acompanhar.

"Olhem só para estas grades, isto só falta arame farpado, parece que estamos no Líbano. Isto é uma vergonha num Estado de Direito", disse à Lusa

O representante da associação salientou que o Estado de Direito deve assegurar a defesa dos cidadãos mais vulneráveis", destacando que a maioria dos manifestantes tem entre 60 e 90 anos e alguns são semianalfabetos.

Impasse institucional avoluma o desespero

"Isto diz muito sobre o que se está a passar no país. Muitos dos burlões estão em liberdade e nós somos vítimas do sistema", disse, referindo que "o impasse institucional relativamente a uma solução comercial para estas pessoas, que estão vulnerabilizadas, avoluma o desespero humano".

Junto à entidade de supervisão, manifestantes deixaram dois caixões simbólicos e cruzes decoradas com fitas pretas.

Manifestantes e polícias tiveram um dia muito cansativo. O protesto começou às 11h00 junto ao Ministério das Finanças, passou pela Praça da Figueira e pelo Martim Moniz e parou junto das instalações do Banco de Portugal, na avenida Almirante Reis, onde, tal como em outras ações de protesto, os manifestantes atiraram ovos contra o edifício.

Junto à entidade de supervisão deixaram dois caixões simbólicos e cruzes decoradas com fitas pretas.

Ao longo das cinco horas de caminhada os manifestantes cortaram várias vias ao trânsito e seguiram para a rua do Conde Redondo, onde pararam junto a instalações do Novo Banco.

Daí seguiram para a avenida da Liberdade para terminar mais um dos muitos protesto já efetuados, hoje na sede do Novo Banco, em Lisboa.

Semana quente

Em declarações à Lusa, o advogado de 400 lesados do BES, que investiram em papel comercial do GES, Nuno Silva Vieira, promete uma próxima semana quente.”

"Na próxima semana entrará a ação principal e haverá a efetivação das queixas internacionais, entre elas ao Provedor Europeu e às Nações Unidas", disse o advogado.

Nuno Vieira deixou um aviso ao Banco de Portugal (BdP), afirmando que este "só terá um caminho: terá de pagar ou então enfrentar um futuro difícil onde a própria solvência do BdP poderá estar em causa. O interesse nacional e o interesse público são estas pessoas e não normas administrativas".

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