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Associação Manifesto prepara saídas do Bloco de Esquerda
A Fórum Manifesto surge após a extinção da Política XXI, um dos partidos que deram origem ao Bloco de Esquerda. Vários dos seus dirigentes fundadores - como Marisa Matias, José Manuel Pureza ou José Gusmão -, abandonaram a associação há mais de um ano e mantêm-se como dirigentes do Bloco. Outros, como Ana Drago, Rogério Moreira ou Nuno Serra, decidiram dar continuidade à associação e participaram na decisão agora tomada.
A resolução aprovada vinca que, apesar da decisão de "desvincular" a associação do Bloco de Esquerda, alguns dos seus membros poderão permanecer no partido. De resto, pontificam nesta associação diversas pessoas exteriores ao Bloco, como Rui Tavares, rosto do partido LIVRE, e Daniel Oliveira, que abandonou o Bloco no início de 2013.
Em nota à comunicação social, o Bloco de Esquerda refere que "anteriores posições de alguns membros do Fórum Manifesto já anunciavam a decisão hoje tomada. O Bloco continuará empenhado em juntar forças, convicto de que o impulso para dividir não reforça a esquerda."
A associação Manifesto refere hoje que o seu principal objetivo inicial foi criar uma nova força destinada a "quebrar o bloqueio então existente, entre um PS alinhado com o centro político e um PCP indisponível para a governação". Passada quase década e meia da existência do Bloco, "constata-se porém o abandono consciente e reiteradamente afirmado nos últimos anos da missão política em que assentou a criação do Bloco de Esquerda", entende a Associação.
A partir de agora, a prioridade da Manifesto passará por "desenvolver outros espaços de intervenção política, capazes de contribuir para a formação de convergências fortes e credíveis à esquerda do PS, com claros objetivos de influenciar a governação do país neste momento de urgência nacional".
"Decide assim promover, ao longo dos próximos meses, iniciativas concretas nesse sentido, tendo como horizonte imediato as próximas eleições legislativas previstas para 2015. O Conselho Geral da Associação Fórum Manifesto fica mandatado para desenvolver estes esforços, cabendo a uma próxima assembleia geral a discussão e deliberação acerca dos seus resultados", acrescenta o documento.
Comentários
Mais uma Cisão.....
Mais uma noticia, que nada ajuda ao esforço unitário do BE, aliás bem podem os militantes do BE darem todo o seu esforço, para implantarem o partido , isto só descredibiliza o BE, afinal o que pretende esta Associação Forum Manifesto, com esta tomada de posição publica?
Quem esteve nesta reunião do Manifesto no Teatro do Bairro Alto? Quantas destas pessoas presentes, são realmente militantes do BE ? Se o Daniel Oliveira ou o Rui Tavares, ou outras pessoas que nada têm a ver com o BE, foram maioritárias nesta decisão, o que está a passar para a comunicação social é uma falácia.
Saída de alguns aderentes do BE
Como militante político que contribuiu para a fundação do Bloco de Esquerda, a partir da Política XXI lamento a saída de alguns aderentes que integravam o Forum Manifesto, da mesma maneira que lamentei a saída de outros camaradas que foram saindo do Bloco. Não tenho um entendimento da participação num partido político de tipo religioso ou de seita, por isso aqueles que deixam de acreditar nos projectos do partido em que milito não são para mim traidores ou apostatas. Continuam a ser pessoas que têm uma outra visão da intervenção e com os quais poderemos vir a encontrar-nos em lutas futuras. Um partido político é um organismo dinâmico, uns saem, outros entram, temos que saber conviver com esta realidade.
Saidas de alguns aderentes....
Inteiramente de acordo, aliás um partido que semana sim semana não, é noticia nos jornais por mais uma saida mediática, e é dado como morto desde que nasceu, tem de ter estruturas muito sólidas , para se ter aguentado durante quinze anos.
O que a mim me causa algum espanto, até porque sempre tive uma grande simpatia pela Ana Drago e pela sua acutilância como deputada, é porque não esperou pela Convenção de Novembro, não elaborou uma moção de Estratégia, clarificando o que realmente defende como alianças, e apresentou uma Lista para a direcção do BE.
Teria contribuido para reforçar o BE, e ajudado a construir uma forte alternativa de Esquerda, Assim.....
Saídas do BE
Numa altura em que o povo português está a ser atacado ferozmente em todos os seus direitos, incluindo os da cidadania, a fragmentação serve quem? Não é preciso ouvir os arautos do desmembramento do BE para perceber a quem serve. Esse o jeito que os que saíram e agora formam movimentos e partidos fazem aos que levam a cabo a destruição do estado social e da democracia. As minorias sujeitam-se às maiorias dentro de uma organização. O que pretendem os divisionistas? Ir para o governo a todo o custo. Para isso, têm que vender a defesa do estado social e da cidadania do povo português. Alguém, no seu perfeito juízo, acredita que o PS vai inverter a sua política, tão presente ainda na memória de todos? Alguém acredita que o PS vai querer reestruturar a dívida? A dívida e o serviço da dívida estão a impedir o crescimento do país e representam as causas da destruição do estado social. Ou seja: o que vai para pagamento dos juros da dívida são retirados da saúde, da educação, dos apoios sociais e das reformas. Por outro lado, obrigam a manter os impostos a um nível que representam um roubo a quem trabalha. Os impostos só baixam para as grandes empresas. Por tudo isto, quem se mantém fiel ao povo português como pode pretender ser os "verdes" do PS? Alguém pensa que vai mudar o PS? Portanto, esta fragmentação representa uma traição, talvez não consciente, mas objetiva.
Objectividade...
Há quem ache que o melhor caminho para partidos pequenos de esquerda é o compromisso com o PS para tentar "puxar o PS para a esquerda".
Fala-se de pragmatismo, de compromissos...Essa necessidade existe, mas é preciso objectividade e clareza. Objectividade que a possibilidade de coligação com o PS não permite.
Lembram-se do Hollande na França? O que o PS disser ou acordar não vale nada. A retórica esquerdista de alguns elementos serve apenas para enganar o eleitorado. O PS está demasiado comprometido com os interesses instalados. Como elemento maioritário nessas coligações, manteria a política do costume (de maneira mais ou menos dissimulada) e faria a esquerda que poderia ser uma alternativa viável perder votos e poder a médio prazo.
A esquerda "coligável" com o PS é a defendida pela comunicação social, que não é imparcial e vai usar mais este episódio contra o bloco.
É preciso convencer os eleitores a deixarem de votar no centrão e enfrentar os problemas resultantes. Quanto mais adiarem mais difícil se torna.
A direcção do Bloco vai ou
A direcção do Bloco vai ou não dizer quantos militantes da Manifesto se desvincularam formalmente do Bloco depois de Sábado? E quantos não o fizeram? O silêncio nem sempre é de ouro, neste caso é de chumbo.
Caro Cidadão 02468
Caro Cidadão 02468
Não posso estar mais de acordo consigo. Há gente que ainda não percebeu que não há esquerda no PS. A própria ala esquerda do PS já não risca nada. Veja-se a sua posição em relação á actual luta de galos interna.Não tem uma posição autonoma, andam para ali a ver como param as modas. Essa "esquerda" do PS só virá para a alternativa de esquerda se houver crescimento e cada vez maior intervenção da esquerda de confiança. Não somos nós que temos de salvar o PS . A esquerda vai ser alternativa quando o eleitorado de esquerda virar as costas à clique "socialista" de direita e dos negócios. Isso há-de acontecer pela afirmação da política de "ESQUERDA DE CONFIANÇA". Ou ainda ninguem percebeu porque é que só se fala no colapso do Bloco?
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