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António Arnaut: Verbas para o SNS existem, “é preciso é vontade política”
“A constituição diz que a saúde é um direito fundamental. Se é um direito fundamental, é garantido pelo Estado, e a forma de garantir esse direito é através do SNS”, defende António Arnaut em entrevista ao ECO.
Sobre onde se traça a barreira entre o público e o privado, Arnaut frisa que “tem de se evitar a promiscuidade ruinosa, que causa um grande prejuízo para o SNS”, lembrando que “há prestações de cuidados de saúde que são feitas no privado e que podiam ser feitas no SNS, poupando ao Estado muitos milhões”.
Segundo o ex ministro dos Assuntos Sociais, é preciso dizer que “a saúde é garantida pelo SNS e que os cidadãos só podem recorrer ao privado pagando o Estado quando o SNS não possa prestar os devidos cuidados”.
António Arnaut tece críticas às parcerias público privadas, afirmando não entender por que um hospital público é concessionado a um privado para o gerir.
O pai do SNS destaca ainda que o projeto “pretende dignificar as carreiras”, até porque “os profissionais de saúde ganham muito mal, trabalham até à exaustão”.
No que respeita à suborçamentação da saúde, Arnaut advoga que “o Estado, através do Governo, deve garantir ao SNS o financiamento necessário ao cumprimento da sua missão”.
“As verbas existirão se houver vontade política, é preciso é vontade política. É só ver quanto nós gastámos nos bancos: quando o dinheiro é preciso para qualquer coisa ele aparece”, vinca.
António Arnaut lembra que o atual Governo herdou “uma herança muito difícil de gerir, pois o subfinanciamento dos últimos quatro anos criou realmente muitas dificuldades ao SNS”.
Para o ex ministro, “o SNS é de todos os portugueses, e esta não pode ser vista como uma questão ideológica, que não é. É uma questão ética”.
“Eu gostaria que todos os partidos parlamentares dessem o seu contributo a uma nova lei – um pacto em defesa do SNS. Simplesmente, o PS tem a responsabilidade histórica porque foi um ministro socialista, e depois um deputado socialista, que tomaram essa iniciativa, não é verdade?”, remata Arnaut.
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