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Ambientalistas recorrem contra armazém nuclear em Almaraz
Os grupos ambientalistas Ecologistas em Acção, Federação Extremenha Antinuclear (FEAN) e Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) anunciaram hoje em Lisboa e em Navalmural de la Mata (concelho onde se situa a Central Nuclear de Almaraz) que interpuseram um recurso judicial contra a decisão do Ministério de Economia do Estado espanhol de autorizar a construção de um armazém Armazém Temporário Individualizado (ATI) para resíduos radioativos na central de Almaraz, a 100 quilómetros da fronteira.
Para os ambientalistas, a autorização do armazém temporário individualizado (ATI) "é ilegal porque não foi consultado o Governo português". "Se este recurso não for atendido pelo Ministério, as organizações ecologistas vão recorrer aos tribunais e apresentar um recurso contencioso administrativo", anunciam.
O recurso em contencioso foi apresentado na sexta-feira e segue-se à queixa que o governo português apresentou na Comissão Europeia contra o Estado espanhol, por este ter decidido avançar com a construção do ATI sem um estudo de impacto ambiental para o território português. O Bloco requeriu a vinda ao parlamento português de representantes em Portugal da Endesa, da Iberdrola e da Gas Natural Fenosa, as multinacionais espanholas proprietárias da central nuclear de Almaraz. Estas empresas vendem cerca de 40 por cento da eletricidade consumida nas casas e indústrias do país.
No recurso, os ambientalistas invocam diversas leis nacionais e espanholas, tratados internacionais e diretivas europeias para contestar o facto de Portugal não ter sido ouvido na construção do armazém. As associações exigem que a construção seja interrompida até que Portugal seja incluído no estudo de impacto ambiental e ouvido no processo de consulta pública. As associações afirmam ainda que o estudo de impacto ambiental apresentado para a construção do armazém não teve em conta uma possível rotura na barragem de Valdecañas, a forma como se fará o transporte dos resíduos nem o impacto que terá no aumento da radioactividade na zona.
Em Lisboa, a 12 de janeiro houve uma manifestação pelo encerramento de Almaraz na qual estiveram presentes centenas de pessoas, incluindo uma delegação do Estado espanhol. O vídeo pode ser visto em baixo.
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