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Amas da Segurança Social em protesto contra dívidas injustas

Amas da Segurança Social exigiram esta segunda-feira, num protesto frente ao Ministério de Pedro Mota Soares, uma resposta às situações urgentes de profissionais com contas penhoradas e de uma colega que já recebeu uma carta a “ameaçá-la de prisão” devido às dívidas que acumularam como falsos recibos verdes.
“O que mais nos entristeceu agora foi a carta enviada a uma colega a ameaçá-la de prisão” por incumprimento da contribuição. “É assim? não se vai ver porquê?”, indignou-se Romana Sousa, da APRA (na foto à esquerda). Foto Precariosinflexiveis.org.

O protesto desta segunda-feira, frente ao Ministério da Solidariedade e da Segurança Social (MSSS), foi promovido pela Associação dos Profissionais no Regime de Amas (APRA). Na situação de incumprimento no que diz respeito a dívidas à Segurança Social (que é também a entidade empregadora) contraídas enquanto trabalhadoras a falsos recibos verdes, e com contas penhoradas, encontram-se cerca de cem profissionais. Algumas conseguiram chegar a acordo e outras fizeram empréstimos bancários para pagar as contribuições em falta.

No comunicado de imprensa explicam que o que exigem é a “eliminação imediata das arbitrariedades da Segurança Social no que diz respeito às dívidas injustas e cegas”. “O que começou a acontecer já no ano passado foi a penhora das contas das amas que não conseguiram cumprir os acordos com a Segurança Social sobre o pagamento das contribuições que temos de fazer”, disse à Lusa Romana Sousa, da APRA.

Em causa, explicou, está o pagamento de uma contribuição muito elevada para a Segurança Social, que as amas têm dificuldade em assegurar. “O problema é que temos de pagar como trabalhadoras independentes, a contribuição é enorme e há muitas amas que não conseguem, porque nos primeiros três meses do ano, raramente têm as quatro crianças”, explicou a dirigente associativa.

Quatro crianças é o máximo que estas profissionais podem ter e, como trabalham para a Segurança Social, não podem aceitar crianças por conta própria. “Não temos onde ir buscar dinheiro”, lamentou Romana Sousa, antes de deixar um caderno reivindicativo no MSSS.

A associação diz que a situação é “verdadeiramente desesperante” para muitas amas. “O que mais nos entristeceu agora foi a carta enviada a uma colega a ameaçá-la de prisão” por incumprimento da contribuição. “É assim? não se vai ver porquê?”, indignou-se Romana Sousa.

“É uma coisa aflitiva porque a dívida não é totalmente da ama, se a Segurança Social é o empregador, obriga-nos a pagar recibos verdes há tantos anos, algumas há 10, 12 e 15 anos. Não é brincadeira, chega”, desabafou.

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