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Alemães também participam na manif europeia de 1 de junho

Coligação de ativismos convoca manifestação em Frankfurt, a sede do Banco Central Europeu, apelando à solidariedade e à resistência no coração do “regime europeu de crise”.

O Blockupy, uma coligação alemã ampla que engloba muitos grupos, organizações e ativistas, como a Attac, sindicalistas, redes antirracistas, ativistas Occupy, estudantes, iniciativas pacifistas e ambientalistas e partidos como o Die Linke, convocou uma manifestação para Frankfurt no dia 1 de junho, como parte da jornada europeia de mobilização contra a troika e a austeridade. Em Portugal está convocada nesse dia a manifestação do “Que se Lixe a Troika”.

Na convocatória para a manifestação de Frankfurt, o Blockupy promete um protesto contra as políticas do governo alemão e a coligação de facto dos quatro grandes partidos, contra as políticas do Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o FMI. “Vamos bloquear o BCE. Vamos ocupar praças públicas na metrópole financeira e económica que é Frankfurt – nós somos Blockupy!”

Para além da manifestação de 1 de junho, a ação do Blockupy começa no dia 30 de maio, e estão previstos bloqueios e manifestações diante do BCE, do Deutsche Bank, e no aeroporto local. Os ativistas terão à sua disposição um acampamento instalado a partir de dia 29.

“A política neoliberal de austeridade pretende superar a crise através do empobrecimento do Sul da Europa e de uma nova onda de dumping social e salarial em toda a União Europeia. A Agenda Alemã 2010 foi declarada um marco (Merkel) para a redução dos salários e do Estado de Bem-estar e para as privatizações em toda a Europa. É também um ataque aos nossos direitos como trabalhadores e sindicalistas aqui na Alemanha! Através da redução de custos nas empresas, estabelecimento de limites e de cortes nos gastos públicos, tentam aumentar a pressão sobre os salários, as condições de trabalho e a segurança social pública também neste país”, diz a convocatória.

“Há muito que sabemos que os resgates apenas salvam os bancos e não os povos do Sul da Europa. Sabemos que os meios do ESM estão exclusivamente orientado a manter a solvência da dívida pública dos Estados, enquanto o poder e a riqueza dos mercados financeiros permanecem intocados. Também sabemos que não houve quaisquer alterações significativas de política económica e que a riqueza de uns poucos continua a crescer, enquanto as condições de vida de milhões se deterioram e a dívida pública sobe às alturas”.

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Neste dossier:

Alemanha, o país das maravilhas?

Uma brutal desigualdade social entre ricos e pobres, um regime de produção que banalizou a precariedade e a desvalorização salarial, são os rostos obscuros de uma economia que é tida como exemplar. Apesar da política conservadora receber o apoio de muitos na Alemanha, há várias vozes ativas que contra ela se levantam. Dossier organizado por Fabian Figueiredo

O "modelo Alemanha": da sua instrumentalização política à realidade

O "modelo Alemanha" festeja neste momento a sua ressureição. Mas não "o capitalismo do Reno"que significava, na altura:"Estado providência", "relações industriais equilibradas" e uma densa rede entre bancos e empresas. Com a aparição do capitalismo dito financeiro, este modelo não é senão um vestígio de história. Hoje em dia, quando falamos do "modelo Alemanha", é ao mercado de trabalho que nos referimos. Por Richard Detje

As especificidades do capitalismo alemão

Já na era fordista, o capitalismo alemão caracterizava-se por uma forma de desenvolvimento fortemente orientado para a exportação. Mas ao contrário de outros países orientados para a exportação, como a Itália, a indústria de exportação alemã nunca teve de se refugiar na desvalorização da moeda nacional, para defender a sua capacidade competitiva. Por Thomas Sablowski

O governo alemão não faz o que prega

Os sucessivos governos alemães, tanto os presididos pelo chanceler Schröder como as coligações governadas pela Sra. Merkel, não seguiram as políticas de austeridade que estão a impor ao resto dos países da zona euro e muito em particular aos do Sul.

Os alemães têm razão para estarem aborrecidos acerca da “mentira da pobreza”, mas enganaram-se no alvo

A descoberta de que a riqueza líquida dos alemães é menor do que a do Sul tem mais a ver com salários baixos do que com riquezas imaginárias.Por Costas Lapavitzas

A falsa fachada da Alemanha

A Alemanha apresenta-se a si mesma e ao resto de Europa como um país sem crise mas nos últimos anos os níveis de desigualdade dispararam. Por Rafael Poch de Feliu

A política de Merkel: uma catástrofe para a Europa mas também para a Alemanha

É redutor dizer que a política de Angela Merkel persegue os interesses alemães. Isto só é verdade se considerarmos apenas os interesses dos ricos, dos bancos alemães e da indústria alemã. Esta política não tem no seu interesse as pessoas. Por Heinz Bierbaum

Como anda a Alemanha?

Que a chanceler alemã Angela Merkel e o seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, são dos políticos mais odiados em Portugal e na Grécia (...) Mas qual é a razão para que Angela Merkel e o seu partido democrata-cristão CDU/CSU estejam com resultados positivos em todas as sondagens? Por Hans Gerd-Öfinger

A questão não é o euro, mas sim os europeus

Ao invés de políticas de austeridade, precisamos de um programa de investimento europeu para o desenvolvimento de infraestruturas públicas, serviços públicos, para a prevenção e para reestruturação sócio-ecológica. Por Bernd Riexinger, presidente do Die Linke.

Conclusões sobre o debate europeu do Die Linke: "Agir de forma solidária na Europa"

As políticas de contenção da troika (FMI,UE e BCE) levaram ao colapso dos sistemas públicos de pensões. A par disso, com os obrigatórios programas de privatizações, temos hoje Estados que se desmantelam a si próprios. O estado dos Estados piorou. Não dá para continuar assim.

Alemães também participam na manif europeia de 1 de junho

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