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Absolvidos jovens do movimento 'Democracia Verdadeira Já'

O próprio Ministério Público pedira a absolvição. Advogada dos dois activistas considera correcta a decisão do Tribunal, e disse que cabe agora aos activistas decidir se pretendem apresentar queixa contra os polícias.
Jovem activista algemado é levado ao carro da polícia. Foto de Da Maia Nogueira

O tribunal de Pequena Instância Criminal absolveu esta segunda-feira os dois activistas do movimento ‘Democracia Verdadeira Já’, Ricardo Salta e Tiago Castelhano, detidos no Rossio no sábado, 4 de Junho, quando preparavam uma assembleia que decorreria mais tarde.

O tribunal considerou que os factos apurados não permitiram sustentar os ilícitos de que vinham acusados. Ricardo Salta foi absolvido do crime de resistência e coacção sobre funcionário (agentes da PSP) e Tiago Castelhano de injúrias agravadas.

O julgamento sofreu uma reviravolta quando uma magistrada, ouvida em tribunal na qualidade de testemunha, arrasou a actuação policial, revelando, entre outros factos, ter sido ela própria agredida por um dos agentes, que lhe apertou o pescoço.

Depois deste depoimento, o próprio Ministério Público (acusação) pediu a absolvição dos dois arguidos.

A PSP recebeu ordens para impedir que a comunicação social filmasse e tirasse fotografias no passeio junto à entrada do Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa durante a leitura da sentença. Dois agentes da PSP comunicaram essa decisão aos jornalistas. Mas nas duas últimas sessões não houve restrições no local, tendo mesmo sido permitida uma pequena manifestação dos activistas do movimento.

A advogada dos dois activistas considerou correcta a decisão do Tribunal, porque "não havia factos para os condenar". Luísa Acabado referiu que, na sua opinião, a actuação da Polícia foi desproporcional, tanto mais que não foram cometidos quaisquer actos que alterassem a ordem pública e justificassem uma intervenção nos moldes da que aconteceu.

A advogada disse que cabe agora aos activistas decidir se pretendem ou não apresentar queixa contra os polícias.

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