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20 mil na manifestação da CGTP em Lisboa

Protesto contra a precariedade, o desemprego, a degradação das condições de vida e a política do governo de se submeter à agiotagem da troika. Arménio Carlos defende que Cavaco Silva vete o diploma de revisão da legislação laboral.
Arménio Carlos disse que “a situação dos jovens, com elevado desemprego e precariedade, não é sustentável”. Foto de ANTONIO COTRIM / LUSA

Cerca de 20 mil pessoas manifestaram-se na tarde deste sábado tarde entre o Marquês de Pombal e a Praça dos Restauradores, em Lisboa, contra a precariedade, o desemprego e a degradação das condições de vida, e a política do governo de se submeter à agiotagem da troika.

O protesto foi convocado pela CGTP, e terminou com um discurso do secretário-geral, Arménio Carlos. O sindicalista atacou troika e o governo de Passos Coelho, considerando que “a situação dos jovens, com elevado desemprego e precariedade, não é sustentável”.

Para o dirigente da CGTP, “o chamado ‘Impulso Jovem’ não passa de uma ilusão que, rapidamente, se transformará numa enorme frustração”, disse, referindo-se ao programa que o ogverno anunciou e que teria como objetivo combater a total falta de emprego entre os jovens. “Nós não aceitamos que o governo dê centenas de milhões de euros ao patronato para generalizar a precariedade, baixar os salários e depois passar o ‘passaporte’ para o desemprego aos nossos jovens”, disse.

Arménio Carlos defendeu ainda que compete ao presidente da República, Cavaco Silva, vetar o diploma de revisão da legislação laboral: “É uma revisão laboral quer choca com o direito de trabalho e a harmonização social no progresso, que viola normas internacionais do trabalho e entra em rota de colisão com a Constituição”, acrescentou.

O país está cada vez pior”

Presente na manifestação, Francisco Louçã criticou os aumentos anunciados do gás e da eletricidade, considerando que são uma prova de que o país está cada vez pior, e desafiou os portugueses a terem mais força e coragem.

"Hoje soube-se que os portugueses vão pagar mais 7% do gás e que haverá um novo aumento da eletricidade. Percebemos que o país está cada vez pior”, disse o coordenador do Bloco de Esquerda. “Ninguém imaginou que haveria tanto desemprego, precariedade, empobrecimento, violência no aumento dos imposto e desigualdades. Mas tudo isto para que a dívida continue a aumentar", disse.

O deputado bloquista defendeu que a manifestação traduz a voz dos trabalhadores, e defendeu que "É preciso muito mais coragem, força, energia, coerência e convicção para fazermos frente à pirataria financeira que está a destruir a Europa e Portugal. E essa coragem demonstra-se com estas pessoas que, na rua, nos sindicatos, nas empresas, nas escolas, na defesa do Serviço Nacional de Saúde, mostram o valor da democracia e da responsabilidade".

E concluiu: Não podemos esperar por nenhuma solução ou apoio de quem nos governa. Precisamos de construir uma alternativa e ela resulta da democracia, da força das pessoas, dos trabalhadores, dos desempregados, dos jovens precários e dos homens e mulheres que sabem que este país tem enormes dificuldade e que é preciso mais coragem".

PS em cima do muro”

Por seu lado, o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, que também participou da manifestação, disse à agência Lusa que "o PS tem de fazer uma opção e não pode continuar em cima do muro. Nesse sentido, as declarações [socialistas após o anúncio da moção de censura apresentada pelo PCP] não foram muito felizes. Mostram uma grande hesitação, confusão e acima de tudo uma grande cumplicidade com esta política, particularmente com o pacto de agressão", disse.

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