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12 mil estudantes foram atirados para fora da universidade

José Manuel Pureza denuncia o número assustador de jovens expulsos das universidades, devido à falta de bolsas e à política de cortes sociais.
Pureza: Só este ano, 12 mil estudantes foram atirados para fora da universidade, em virtude de lhes terem sido retiradas as bolsas em virtude das novas políticas de cortes sociais.” Imagem de Diogo Andrade

Passos Coelho, José Sócrates e Paulo Portas juntaram-se à porta da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e gritaram, abraçados, “a troika unida jamais será vencida”. E depois: “BPN! BPN!”

Isto aconteceu esta quarta-feira e os protagonistas eram jovens estudantes universitário que envergaram máscaras dos líderes dos três partidos que assinaram o acordo da troika.

O teatro organizado pelos jovens do Bloco teve como objectivo denunciar os cortes nos apoios sociais, que expulsam das universidades milhares de jovens promissores.

“É o 'efeito iô-iô': você vai ao café e volta para casa dos pais”, diz o jovem mascarado de Sócrates, “vai procurar emprego e volta para casa dos pais, vai para a universidade e volta para casa dos pais”. (Clique para ouvir um extracto do teatro em mp3)

 Uma encenação engraçada, mas dramática, na opinião de José Manuel Pureza, cabeça-de-lista do Bloco por Coimbra.

“Portugal precisa de qualificar as novas gerações e a verdade é que estamos a excluir pessoas em número assustador das nossas universidades”, disse o professor universitário. “Só este ano, 12 mil estudantes foram atirados para fora da universidade, em virtude de lhes terem sido retiradas as bolsas em virtude das novas políticas de cortes sociais.”

O que marca uma mudança dramática. “Estas novas gerações vão ser treinadas a tornarem-se consumidoras de crédito bancário. A condição para hoje aceder à universidade voltou a ser, como nunca tinha sido antes no tempo da democracia, a de ter dinheiro. O que viemos aqui mostrar é que nós não aceitamos um país em que se excluem jovens altamente promissores da formação qualificada por não terem dinheiro para estarem na universidade. Também não aceitamos que os beneficiários desta política sejam os bancos que têm posto em prática uma política de crédito que torna estas pessoas em consumidoras de crédito bancário em vez de pessoas dedicadas à sua formação”, conclui José Manuel Pureza. (Clique para ouvir o que disse Pureza em mp3).

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