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Setúbal não está à venda!

Primeiro foi Tróia: agora é o coração da cidade que querem vender.

A atual direção da Câmara fala numa “revolução”. A zona central da frente ribeirinha, ou seja, a doca do Clube Naval e toda a extensão entre o Jardim da Beira-Mar e a Lota seria entregue ao grande capital especulativo do imobiliário: hotéis de luxo, apartamentos de luxo, marina, lojas, equipamentos de luxo.

A presidente da Câmara participa em operações de marketing da multinacional chinesa, fazendo passar a ideia de que se trata de uma espécie de beneméritos. Mas a Câmara vai ter que se explicar e de ouvir a população. O que se está a passar é tudo menos transparente. São escondidos os impactes sobre o rio, golfinhos, saneamento, estacionamento, esquemas para afastar a população indesejada.

A multinacional chinesa que quer apoderar-se do coração da cidade tem uma parceria com Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal, ligado a Isabel dos Santos, filha do presidente de Angola, que coloca os seus lucros na Holanda para não pagar impostos aqui.

A cidade, o urbanismo, a construção, que devem contribuir em primeiro lugar para proporcionar habitação a preços acessíveis, seria assim transformada num negócio cujos lucros seriam exportados para o estrangeiro e os preços das casas encareceriam artificialmente.

Depois de ter apoiado a usurpação de Tróia, através de autarquias da região, a CDU não pode agora promover a privatização do lado de cá. O coração da cidade não pode ser entregue de mão beijada à especulação imobiliária.

Artigo publicado em 25 de julho de 2016 no jornal “O Setubalense”

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