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Rafael Marques diz que justiça angolana lhe montou "uma cilada"

Depois de chegar a acordo com os generais angolanos para a retirada das queixas por difamação no livro "Diamantes de Sangue", o Ministério Público quer condenar o jornalista a 30 dias de prisão.
Foto de Maka Angola

A sentença será lida na quinta-feira. Caso os juízes acolham o pedido do Ministério Público, Rafael Marques poderá ter de cumprir um mês de prisão, apesar dos queixosos terem retirado as queixas por "denúncia caluniosa".

Na semana passada, o autor de "Diamantes de Sangue" chegou a acordo com os generais visados no livro por colaborarem com a violação dos direitos humanos nas explorações diamantíferas e assim pôr fim ao processo de que era acusado. O autor reconheceu que não os contactou diretamente, apesar das tentativas feitas através de terceiros, e renunciou a uma eventual republicação do livro em Angola.

Mas o volte face no processo apanhou Rafael Marques de surpresa. Em declarações à Deutsche Welle, o jornalista diz estar a ser alvo de uma "cilada" por parte do Ministério Público, que invoca a ausência de provas apresentadas pela defesa para justificar o pedido de condenação a 30 dias de prisão.

"Acho isso extremamente ofensivo, porque eu trouxe as minhas testemunhas, mais de oito, cinco vezes a Luanda, com muito custo. Eu desisti de apresentar as testemunhas em tribunal porque acreditei na palavra dos generais e do Estado angolano", explicou Rafael Marques. "Lutarei para reparar essa falha da minha parte, ter desistido das minhas testemunhas", prosseguiu, garantindo também que "o Estado angolano há-de conhecer-me de uma forma muito mais dura".

“Está aqui uma prova em como não se pode confiar nem na justiça, nem nos dirigentes angolanos. Porque são mentirosos. Não têm palavra ou honra”, concluiu o jornalista angolano, citado pela Rádio Renascença.

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