Está aqui
“Hoje a austeridade começa a ser mandada para o caixote do lixo”
Numa declaração na sede nacional do Bloco de Esquerda, onde a militância bloquista se reuniu para acompanhar os resultados das eleições gregas, Catarina Martins recordou que a campanha do Syriza tinha o slogan: “A esperança está a caminho”. Por isso, a mensagem enviada a Alexis Tsipras, em nome do Bloco de Esquerda, disse: “A esperança está aqui. Parabéns. Esta é uma vitória da democracia”.
Para a porta-voz do Bloco de Esquerda, o dia da vitória do Syriza é um momento particularmente importante porque rompeu com a ideia de que não pode haver alternativa à política de austeridade, apresentada como a única política na Europa. “A vitória do Syriza mostra que isto não é assim. Os gregos deram esta lição de democracia à Europa, ao escolher a alternativa. Ao dizerem alto e bom som que querem quem reestruture a dívida soberana da Grécia, para que a Grécia tenha os recursos para criar emprego, para ter salário, para ter dignidade. A vitória do Syriza é a vitória da dignidade contra a austeridade. É a vitória da democracia contra a chantagem. Mandamos por isso um abraço ao partido que é o nosso partido irmão, com quem fraternalmente fomos construindo propostas económicas europeias precisamente neste sentido: que cada país é dono do seu destino e dos seus recursos, que a democracia é para ser vivida por inteiro.”
Mandamos por isso um abraço ao partido que é o nosso partido irmão, com quem fraternalmente fomos construindo propostas económicas europeias
O caminho não será fácil, prosseguiu Catarina Martins, citando o presidente do Banco Central Alemão que já veio dizer que não aceita nenhuma política diferente do cumprimento do memorando com a troika. “Não percebeu o que o povo grego disse”.
O princípio do fim da austeridade
“Hoje é o princípio do fim da austeridade”, prosseguiu a porta-voz do Bloco de Esquerda. “Hoje começa a austeridade a ser mandada para o caixote do lixo das péssimas ideias”. Uma ideia que terá de ser substituída pela da reestruturação das dívidas soberanas.
E por isso, também em Portugal todas as forças políticas terão de dizer de que lado estão. “Do lado do primeiro governo da Europa que quer a reestruturação das dívidas soberanas de todos os partidos do Sul, acabar com a crise da Europa e com isso criar emprego e devolver esperança ao futuro; ou querem continuar numa política de submissão a Angela Merkel, de submissão aos mercados financeiros, a destruir a Europa.
“Na Grécia hoje levanta-se essa oportunidade”, concluiu a porta-voz do Bloco. “O desafio aqui em Portugal é que haja também a coragem de dizer não à sangria dos mercados financeiros, de dizer que Angela Merkel não manda aqui. E que na Grécia como em Portugal manda quem está aqui”.
Comentários
Syriza
A ser verdade o que os jornais publicam, o Syriza chegou a acordo com os Independentes Gregos, partido nacionalista de direita.
Começa mal, muito mal. Mas, a ausência de um programa socialista claro e o bater de tecla na decência e na soberania tem destas coisas.
Aliando-se a um partido de direita o Syriza ficará de mãos e pés atados para tomar medidas de caracter socialista, atacando o verdadeiro responsável da crise o capitalismo.
Os aliados e os únicos que poderão apoiar o Syriza são os trabalhadores gregos e os trabalhadores europeus. É nestes que o Syriza ter-se-á de apoiar e não nos "seus parceiros europeus".
O compromisso, a moderação e o abandono do seu programa - saída da NATO, aliança com a direita, renegociação da divida em vez do seu repúdio - não resolverão problema nenhum e apenas agravarão a crise que, a partir das eleições, contará também com o boicote, sabotagem e pressão (não da Europa), mas, dos capitalistas europeus e USA.
Tenho esperança que a pressão das forças socias que levaram o Syriza à vitória tenha a capacidade de obrigar os seus dirigentes a ir mais longe do que realmente pretendem e, que nesse processo, o Syriza se dote de um programa e uma direcção claramente socialistas que destrua o podre capitalismo grego como primeiro passo para a construção de uma Europa Socialista.
É muito cedo para se fazer
É muito cedo para se fazer comentários, por se tratar de um pais onde quase nada sabemos dos grupos políticos, entregando estes acordos são normais em países verdadeiramente democráticos, mesmo sendo de esquerda.
Syriza
A eleição deste partido na Grécia deve servir de estimulo e exemplo para todos os partidos de esquerda da comunidade europeia. Os quais deveriam aproveitar este momento para mobilizar respectivamente o seu eleitorado nacional e tentar assim uma generalização de partidos da esquerda no poderem estados europeus.
Seria assim possível alcançar uma maioria de esquerda no parlamento europeu.
Como uma maioria de esquerda no parlamento europeu seria então possível uma mudança de sistema económico.
Esta mudança é possível e desejada pelo povo trabalhador, compete aos partidos de esquerda mobilizar sem medos a classe operaria e assim cumprir o seu próprio dever moral...
Sendo possível,um dia, alcançar este nível de evolução na comunidade europeia, toda e qualquer pressão do caduco sistema capitalista, sobre os nobres ideais de esquerda, não terá qualquer efeito ou viabilidade.
Basta que todos( povos europeus ) estejam unidos ou o maior numero possível, e a mudança é possível e o povo quer isso cada vez mais.
Os partidos de esquerda europeia devem também ser solidários com o Syriza neste movimento de mudança de sistema económico e deveriam-se unir ao Syriza em volta desta questão para lutar claramente por estes objectivos sem medos.
Não deve haver medos da nossa parte...pois quem tem medo são os patrões pois sabem claramente que no dia que o povo se meter junto, o injusto império capitalista cai. É por isto que se deve lutar.
Força...A luta continua !
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