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Greve na Refer conta com adesão total

O protesto desta quinta-feira contra a fusão da empresa com a Estradas de Portugal está a reduzir a circulação ferroviária apenas aos serviços mínimos.
Foto Paulete Matos

“A adesão é elevada. Se excluirmos os trabalhadores que receberam a carta para se apresentarem para cumprir os serviços mínimos indicados pelo Tribunal Arbitral, no período da manhã é de 100%”, disse à agência Lusa o coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira. Para o resto do dia de quinta-feira, a Fectrans conta com níveis de adesão igualmente elevados.

Uma fonte da CP confirmou à Lusa que entre a meia noite e as seis da manhã circularam apenas 17 dos 62 comboios programados. “A nossa previsão, neste momento, com o que é possível antever, é de que vai ser um dia apenas com serviços mínimos. Lembro que os serviços mínimos podem ser consultados na página da Internet da CP ou através do call center”, disse a mesma fonte da empresa.

Os trabalhadores contestam uma fusão que  "não é sustentada por nenhum estudo que aponte benefícios" e que deverá ter como consequência a perda de postos de trabalho e de direitos dos trabalhadores da Refer.

O Tribunal Arbitral decretou como serviços mínímos a circulação de um em cada quatro comboios programados nas horas de maior tráfego e de um em cada cinco no resto do dia. A lista de comboios programados encontra-se no site da CP.

Os trabalhadores contestam uma fusão que  "não é sustentada por nenhum estudo que aponte benefícios" e que deverá ter como consequência a perda de postos de trabalho e de direitos dos trabalhadores da Refer.

"A fusão da REFER com a EP é uma medida que faz parte de uma estratégia para esvaziar estas empresas e transferir conhecimento, competências e equipamentos para o sector privado, com custos cada vez maiores para o erário público, colocando o Estado na dependência dos grandes grupos da construção civil e obras públicas que monopolizam e cartelizam o sector", avisa o Sindictao Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário em comunicado.

Este sindicato questiona ainda por que razão o Governo não segue os exemplos da Alemanha, França e Espanha, "que mantêm ou apontam para a fusão que reúna o operador da infraestrutura e o da circulação, que em Portugal significa fazer regressar a CP, a CP Carga, a EMEF e a REFER a uma mesma empresa ferroviária, nacional e pública".

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