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Greve geral paralisa a Grécia

A greve geral é contra as políticas de austeridade do governo de Antonis Samaras e as mais recentes exigências da troika: mais 5.500 despedimentos de funcionários públicos; liberalização completa dos despedimentos coletivos e restrições ao direito de greve.
A greve geral desta quinta-feira, 27 de novembro de 2014, teve elevada adesão e a manifestação em Atenas mobilizou 35.000 a 40.000 pessoas

A Grécia está paralisada nesta quinta-feira pela segunda greve geral deste ano.

A paralisação foi convocada pela confederação dos sindicatos de funcionários públicos (ADEDY) e pela confederação geral de trabalhadores da Grécia (GSEE), que congrega os trabalhadores do setor privado.

A greve geral é um protesto contra as políticas de austeridade do governo grego de Antonis Samaras, nomeadamente a eliminação de postos de trabalho no setor público e alterações à legislação laboral que permitam a total liberalização dos despedimentos coletivos. Estas duas alterações, são imposições da troika (CE, BCE, FMI) que pretende um novo despedimento de 5.500 funcionários públicos até ao final de 2014, perfazendo um total de 14.000 despedimentos na administração pública ao longo deste ano. A troika pretende ainda a liberalização total dos despedimentos coletivos e limitar o direito à greve.

As centrais sindicais denunciam “as medidas governamentais que empurram o país para a Idade Média social, provocam o desemprego e convertem os trabalhadores na variável de ajustamento da crise e do défice”.

A greve geral teve elevada adesão no setor público, paralisando escolas e serviços de saúde, onde só funcionaram os serviços mínimos. Os jornalistas paralisaram dois dias.

Comboios e metropolitano não funcionaram, enquanto os comboios tranvia e os autocarros só funcionaram durante algumas horas, para facilitar a mobilização para as manifestações. Os transportes aéreos paralisaram completamente, devido à greve dos controladores.

Alexis Tsipras, líder do Syriza, na manifestação desta quinta-feira, 27 de novembro, em Atenas

Ponto alto do protesto foi a manifestação ao meio-dia no centro de Atenas que mobilizou 35.000 a 40.000 pessoas, segundo as centrais sindicais.

Algumas das palavras de ordem com mais destaque foram “Não ao trabalho medieval” e “Contrato coletivo já”.

Segundo a agência Efe, os dados macroeconómicos da Grécia apontam que em seis anos de políticas de austeridade a Grécia perdeu um quarto da sua riqueza. De acordo com a OIT, desapareceram um quarto dos postos de trabalho, a taxa de desemprego atinge 25,9% da população ativa e os salários baixaram 23,8% desde 2010.

No próximo dia 7 de dezembro, o parlamento grego votará o orçamento do Estado para 2015, onde estão previstos novos cortes, nomeadamente na saúde e na escola pública.

A troika pressiona o governo grego para agravar os cortes orçamentais e ameaça não desbloquear a tranche de 1.800 milhões de euros de empréstimo ao governo grego e que deveria ser desbloqueada até 31 de dezembro. O governo grego anunciou nesta semana a possibilidade de se prolongar o programa de resgate para 2015. As negociações entre a troika e o governo grego terminaram nesta quarta-feira sem acordo. A troika exige novos cortes orçamentais num montante entre 2.600 e 3.600 milhões de euros.

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