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Colégio Militar: Ex-diretor nega existência de discriminação. Bloco “estranha”

Fernando Coias Ferreira, ex-diretor do Colégio Militar, diz que o estabelecimento de ensino "nunca promoveu ou compactuou com qualquer atitude discriminatória". Sandra Cunha estranha o não reconhecimento da existência de discriminação na instituição.
Alunos do Colégio Militar, foto de Jose Brogueira/Facebook

A ser ouvido na subcomissão para a Igualdade e Não Discriminação, na Assembleia da República, o major-general Fernando Coias Ferreira garantiu que desde 2010, altura em que foi diretor do Colégio Militar, e até hoje, aquele estabelecimento de ensino "nunca promoveu ou compactuou com qualquer atitude discriminatória".

"Nem nunca nenhum aluno foi disciplinarmente transferido da escola ou qualquer encarregado de educação aconselhado a transferir de escola o seu educando simplesmente por assumir a sua orientação sexual", afirmou.

De acordo com o major-general, essa discriminação não existe no Exército, sublinhando que esta força armada tem como "firme propósito orientador a total proibição de práticas discriminatórias nas estruturas e atividades deste ramo [das Forças Armadas]".

A audição do diretor de Educação e Doutrina do Exército surge na sequência de uma reportagem do jornal Observador sobre o dia-a-dia do Colégio Militar e cujas declarações do subdiretor levaram à demissão do Chefe de Estado Maior do Exército (CEME), general Carlos Jerónimo.

Perante os deputados, o major-general afirmou que o subdiretor apenas se referiu a afetos e defendeu que os afetos tanto se aplicam a pessoas homossexuais como heterossexuais.

Por outro lado, Fernando Coias Ferreiras deixou a garantia de que se a inspeção que decorre entre hoje e quarta-feira trouxer recomendações ou propostas para melhorar, o Colégio Militar está aberto e disponível para que essas recomendações sejam inscritas nos regulamentos internos.

Em declarações aos jornalistas, a deputada Sandra Cunha manifestou a sua estranheza pelo não reconhecimento de existência de discriminação na instituição.

“Continuamos com a impressão de que existe alguma recusa de que exista algum tipo de discriminação, o que nos parece no mínimo estranho, uma vez que este tipo de discriminação existe na sociedade e em outras escolas”, observou a deputada bloquista.

“O que é importante é prover medidas de combate a essa discriminação e fomentar o respeito pela igualdade e pela diferença através de ações pedagógicas com alunos e com a comunidade educativa”, defendeu Sandra Cunha. 

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