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Chomsky: EUA apoiam "ataques brutais e selvagens de Israel contra Gaza"

O linguista, filósofo e ativista político americano destacou que, “se deixarmos de lado as palavras e olharmos para as ações, a administração Obama tem sido a administração mais favorável à expansão de Israel até agora”.
Foto Andrew Rusk, Flickr.

Enquanto o resto do mundo condena os colonatos ilegais, os EUA continuam a apoiar o governo de Israel. Ainda há apoio militar, diplomático, económico e até mesmo ideológico, lamentou Noam Chomsky durante uma entrevista conduzida por Emran Feroz.

Chomsky lembrou que, em fevereiro de 2011, os Estados Unidos da América vetaram a resolução da ONU que condenava a construção de colonatos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, e que esta foi uma das iniciativas de Obama que “mereceu maior atenção do público”.

Na verdade, estamos atualmente a assistir a negociações com Netanyahu sobre o aumento considerável do apoio dos EUA, que basicamente alimenta a expansão dos colonatos”, referiu, apontando que “Gaza acaba de ser submetida a ataques brutais e selvagens por Israel com o apoio dos EUA”.

Em outra entrevista, esta a Roberto Manríquez, Noam Chomsky avançou que, se bem que “Washington preferia que Israel não cometesse crimes graves”, a sua preocupação “não supera os benefícios que recebe por manter o apoio que facilita precisamente estes crimes”.

Chomsky falou sobre a importância do Movimento global BDS (Boicote – Desinvestimento – Sanções) e sublinhou que as táticas utilizadas poderiam atingir “uma escala muito maior”, como por exemplo “através de uma campanha contra o apoio militar dos Estados Unidos a Israel”.

Um forte argumento a favor é que (com este apoio) se viola uma lei dos Estados Unidos (a lei Leahy, que proíbe a ajuda militar a forças que estejam envolvidas em violações sistemáticas dos direitos humanos)”, destacou o linguista, acrescentando que “esta e outras tácticas podem não só ser muito valiosas para educar e mudar a opinião publica, como também para influenciar decisões”.

Chomsky sublinhou que os Estados Unidos continuarão com o “apoio militar, diplomático, económico e ideológico perante os crimes de Israel”, assinalando, contudo, que a opinião pública “está a mudar e, com o compromisso de ativistas sérios, poderá levar a uma mudança substancial”.

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