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Bloco lança outdoor sobre urgência de medidas de combate às alterações climáticas

Mariana Mortágua participou na apresentação do outdoor do Bloco "Muda o sistema, não o clima". A deputada bloquista lamentou que a COP-21, que teve início esta segunda-feira em Paris, tenha “começado coxa”, e criticou a proibição de todos os protestos relacionados com a Cimeira.

“A COP-21 começa coxa”, afirmou Mariana Mortágua, referindo que “as propostas voluntárias apresentadas pelos vários países no seu total ficam acima dos 3ºC até 2100, um aquecimento tido como catastrófico”.

Em declarações ao Esquerda.net, a deputada do Bloco lembrou que “faltam as propostas de mais de duas dezenas de países, alguns dos quais importantes produtores de petróleo” e que “o objetivo à partida era atingir um acordo para manter o aumento da temperatura abaixo de 2ºC até 2100”.

Mariana Mortágua destacou ainda que existem grandes diferenças entre as propostas voluntárias apresentadas pelos diversos países, sendo que “os países mais ricos são muito menos ambiciosos e pretendem cortar muito menos do que os países mais pobres”.

A dirigente bloquista deu o exemplo da Costa Rica, que pretende cortar a utilização de todos os combustíveis fósseis até 2020, e da China que, por seu lado, pretende continuar a aumentar as suas emissões até 2030 e só começar a descer depois.

A ausência da alusão concreta a combustíveis fósseis, nomeadamente à necessidade de deixar pelo menos 80% de todas as reservas conhecidas no solo para atingir os tais 2ºC, foi igualmente alvo de critica por parte de Mariana Mortágua, que defendeu que “não existe nenhuma solução que não passe pelo abandono progressivo dos combustíveis fósseis”.

“O sistema económico dependente do petróleo é tecnologicamente obsoleto, socialmente iníquo e ambientalmente suicida”, destacou a deputada, propondo a eliminação dos subsídios à indústria dos combustíveis fósseis, do petróleo ao carvão e gás de xisto. “Esse dinheiro permitiria uma expansão enorme das energias alternativas como a solar, eólica e outras”, afirmou.

Para a dirigente bloquista, “as alterações climáticas são a falência total da economia de mercado livre, colocando em perigo não só a economia e a sociedade, como a própria civilização”.

Mariana Mortágua criticou ainda a “decisão de proibir todos os protestos em Paris relacionados com a COP-21, não proibindo as restantes manifestações”.

Desta forma, exclui-se de facto “a participação social e popular e a influência da sociedade civil nas decisões finais”, defendeu a dirigente bloquista, acrescentando que “o facto de ter sido decretada a prisão domiciliária a centenas de dirigentes e organizadores dos protestos da COP é a utilização do Estado de Sítio para uma perseguição política”.

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